Rosangela Maria Amorim Benevides-Guimarães, Edma Do Socorro Silva Moreira, Ana Lúcia De Sousa
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Abstract
Este artigo discute a correlação entre a integração territorial por meio de grandes projetos de investimentos (GPIs) em infraestrutura e a sua dominação e os impactos territoriais provocados aos povos indígenas, aos camponeses e pescadores locais nas regiões Sudeste e Norte do Brasil. Tem como propósito compreender, numa perspectiva dialética, o que denominamos de “processo de integração-desintegração territorial” associado ao Complexo Portuário do Açu, no Norte Fluminense e à Estrada de Ferro Carajás, na Amazônia. Para isso, nos baseamos nos estudos e nas pesquisas que envolvem as temáticas sobre a fragmentação territorial, os processos de desindustrialização e as commodities, além dos documentos técnicos referentes aos empreendimentos e das informações de campo (2019-2020). Nessas regiões, esses dois GPIs, com conexões globais, são responsáveis por deslocamentos humanos, pela exclusão de áreas para a agricultura e a pesca, pela expropriação de terras, pela violência e pela degradação ambiental, que ocorrem concomitantes com suas expansões físico-territoriais. As consequências desse processo acirram conflitos nesses territórios, dialeticamente integrados-desintegrados pelo capital e pelo Estado, e neles emergem resistências dos grupos sociais locais contra a usurpação de seus direitos sociais e contra a destruição da natureza e das culturas.