Helena Salim De Castro, Gabriela Aparecida De Oliveira
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Abstract
As mulheres cocaleiras no sul da Colômbia, região de maior cultivo de coca e palco das políticas antidrogas desde o início dos anos 2000, vivenciam um contexto de violações de direito e violência contra seus corpos e atividades em decorrência da “guerra às drogas” conduzida há décadas no país. O fato de serem mulheres camponesas, muitas delas indígenas e afro-colombianas, e cocaleiras potencializa as opressões existentes em um ambiente de militarização e confronto entre grupos armados. O objetivo deste artigo é refletir sobre as contribuições do Feminismo Decolonial para analisar a situação das mulheres cocaleiras colombianas que vivenciam as políticas de erradicação forçada dos cultivos de coca e a militarização do território. Ao chamar atenção para a marginalização e objetificação dos corpos feminizados e racializados reproduzidas desde a colonização, o Feminismo Decolonial permite uma análise crítica e particular dos relatos e informes que abordam os impactos da política de “guerra às drogas” nas mulheres. Os corpos das mulheres cocaleiras são muitas vezes concebidos como território nos quais o conflito e as disputas entre atores estatais, paraestatais e criminosos se desdobram, reafirmando as relações de poder estabelecidas durante o colonialismo.