{"title":"ESTUDOS URBANOS AVANÇADOS: POR UMA GEOGRAFIA URBANA RADICAL","authors":"Thiago Andrade dos Santos","doi":"10.51189/rema/1354","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Discute-se o processo de urbanização a partir de uma perspectiva radical. Uma investigação radical pressupõe o alcance da raiz dos fenômenos estudados, suas leis imanentes e abstratas e que seja rompida a simples descrição das aparências. Evidencia-se a incapacidade de disciplinas parcelares como a Geografia, a Arquitetura, a História, a Engenharia, a Sociologia e as demais ciências ditas modernas de darem conta sozinhas da complexidade dos fenômenos. Objetivo: Firmar as bases para uma compreensão da urbanização capitalista, entendendo suas leis imanentes, contradições e crises. Materiais e métodos: O método dialético de Marx é fundamental para esse fim, pois investiga a realidade em seu movimento, partindo das determinações de formas mais concretas para chegar às suas formas mais abstratas. Resultados: A obra de Henri Lefebvre representa um passo adiante nesse propósito, ao demarcar o papel do “espaço” e de sua produção no entendimento da sociedade que o produziu. Assim, à crítica da “economia política no espaço” deve-se incorporar a “crítica da economia política do espaço”. Nesse contexto, a urbanização é uma parte estrutural da produção do espaço e expressa o modo particular pelo qual a sociedade capitalista está se reproduzindo; a partir da reprodução do espaço socialmente produzido. A urbanização é um desdobramento da tomada das cidades pelas indústrias, em um primeiro momento, porém, atualmente, é comandada pelo capital fictício, que se reproduz a partir da comercialização e capitalização do solo urbanizado. A busca pelas rendas fundiárias urbanas tem redefinido a urbanização para além das indústrias e ditado novas dinâmicas e contradições. O capital em crise encontram na reprodução do espaço urbano formas de se reproduzir “sem passar, diretamente, pelo processo produtivo”, o que causa a falsa impressão de ser esta uma forma de combate efetiva a sua crise de valorização. Na realidade, esse processo amplia a crise e obriga a continuidade do crescimento dos tecidos urbanos de forma desmedida e excludente. Conclusão: Quando se entende a urbanização capitalista de forma radical, a compreensão de processos concretos como a fragmentação e a gentrificação do espaço urbanizado se torna uma entrada não fetichizada para a práxis urbana.","PeriodicalId":184109,"journal":{"name":"Anais do I Congresso Nacional de Ensino e Pesquisa em Geografia On-line","volume":"51 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do I Congresso Nacional de Ensino e Pesquisa em Geografia On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51189/rema/1354","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Discute-se o processo de urbanização a partir de uma perspectiva radical. Uma investigação radical pressupõe o alcance da raiz dos fenômenos estudados, suas leis imanentes e abstratas e que seja rompida a simples descrição das aparências. Evidencia-se a incapacidade de disciplinas parcelares como a Geografia, a Arquitetura, a História, a Engenharia, a Sociologia e as demais ciências ditas modernas de darem conta sozinhas da complexidade dos fenômenos. Objetivo: Firmar as bases para uma compreensão da urbanização capitalista, entendendo suas leis imanentes, contradições e crises. Materiais e métodos: O método dialético de Marx é fundamental para esse fim, pois investiga a realidade em seu movimento, partindo das determinações de formas mais concretas para chegar às suas formas mais abstratas. Resultados: A obra de Henri Lefebvre representa um passo adiante nesse propósito, ao demarcar o papel do “espaço” e de sua produção no entendimento da sociedade que o produziu. Assim, à crítica da “economia política no espaço” deve-se incorporar a “crítica da economia política do espaço”. Nesse contexto, a urbanização é uma parte estrutural da produção do espaço e expressa o modo particular pelo qual a sociedade capitalista está se reproduzindo; a partir da reprodução do espaço socialmente produzido. A urbanização é um desdobramento da tomada das cidades pelas indústrias, em um primeiro momento, porém, atualmente, é comandada pelo capital fictício, que se reproduz a partir da comercialização e capitalização do solo urbanizado. A busca pelas rendas fundiárias urbanas tem redefinido a urbanização para além das indústrias e ditado novas dinâmicas e contradições. O capital em crise encontram na reprodução do espaço urbano formas de se reproduzir “sem passar, diretamente, pelo processo produtivo”, o que causa a falsa impressão de ser esta uma forma de combate efetiva a sua crise de valorização. Na realidade, esse processo amplia a crise e obriga a continuidade do crescimento dos tecidos urbanos de forma desmedida e excludente. Conclusão: Quando se entende a urbanização capitalista de forma radical, a compreensão de processos concretos como a fragmentação e a gentrificação do espaço urbanizado se torna uma entrada não fetichizada para a práxis urbana.