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Abstract
A passagem de um sistema monetário baseado em moeda metálica para um sistema de moeda fiduciária ocorreu na Europa e nas Américas em diferentes velocidades. No Brasil, tal processo foi particularmente rápido: no breve período entre a transferência da Corte portuguesa e o fim do Primeiro Reinado, o papel-moeda inconversível substituiu a moeda metálica como meio circulante. Este artigo discute as causas dessa substituição, que parte da historiografia atribui a “vícios” do sistema monetário herdado do período colonial e a equívocos na condução da política econômica – em particular, às alterações no valor da moeda metálica e às emissões de papel-moeda pelo Banco do Brasil. Sugerimos que a saída de metais decorreu de déficits no balanço de pagamentos e que o acesso a novas formas de senhoriagem pelo poder central mostrou-se um expediente necessário para o financiamento das despesas gerais e militares nos primeiros estágios da construção do Império do Brasil.