{"title":"PANDEMIA E PANDEMÔNIO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO DAS DIFERENÇAS","authors":"E. Oliveira, Tiago Duque","doi":"10.12957/riae.2022.70978","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto apresenta algumas considerações sobre os efeitos necropolíticos da Covid-19 no Brasil contemporâneo, a partir da análise de quatro “discursos-cenas” amplamente divulgados na mídia brasileira acerca do cenário da pandemia no País ao longo de 2020 (ano que marca o início da pandemia no País) e 2021. A análise de discursos, proferidos pelo atual presidente da República, bem como por alguns de seus ministros e apoiadores, são reveladores de que a crise da pandemia e as estratégias para seu enfrentamento não se reduzem a uma dimensão epidemiológica. À luz do debate sobre marcadores sociais de diferença (gênero, sexualidade, classe, raça/cor, etnia, geração, entre outros), chama-se a atenção para a importância ético-política do exercício de desconfiança e desnaturalização dos regimes de verdade que sustentam os racismos de Estado contemporâneos. Apresenta-se ainda reflexões em torno da produção das diferenças no Brasil pós-pandemia da Covid-19 em termos de desigualdades históricas, além de apontar para a necessidade de enfrentamentos e resistências às hierarquizações sociais, especialmente em um contexto de ódio às diferenças.","PeriodicalId":426562,"journal":{"name":"Revista Interinstitucional Artes de Educar","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Interinstitucional Artes de Educar","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/riae.2022.70978","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este texto apresenta algumas considerações sobre os efeitos necropolíticos da Covid-19 no Brasil contemporâneo, a partir da análise de quatro “discursos-cenas” amplamente divulgados na mídia brasileira acerca do cenário da pandemia no País ao longo de 2020 (ano que marca o início da pandemia no País) e 2021. A análise de discursos, proferidos pelo atual presidente da República, bem como por alguns de seus ministros e apoiadores, são reveladores de que a crise da pandemia e as estratégias para seu enfrentamento não se reduzem a uma dimensão epidemiológica. À luz do debate sobre marcadores sociais de diferença (gênero, sexualidade, classe, raça/cor, etnia, geração, entre outros), chama-se a atenção para a importância ético-política do exercício de desconfiança e desnaturalização dos regimes de verdade que sustentam os racismos de Estado contemporâneos. Apresenta-se ainda reflexões em torno da produção das diferenças no Brasil pós-pandemia da Covid-19 em termos de desigualdades históricas, além de apontar para a necessidade de enfrentamentos e resistências às hierarquizações sociais, especialmente em um contexto de ódio às diferenças.