LINHA DA (A)NORMALIDADE: DEFICIÊNCIA VISUAL E A QUÍMICA

Abstract

Investigam-se, neste artigo, os discursos que posicionam os sujeitos com deficiência visual no campo da Química, partindo de uma entrevista com uma professora de química, com cegueira congênita, com intuito de tornar visível suas experiências e, juntamente aos seus discursos, analisar as práticas de inclusão. As problematizações tecidas com base no referencial de Michel Foucault descrevem técnicas de disciplina e segurança, que procuram normalizar os sujeitos e, com isso, manter a ordem da população. Realizou-se a análise com base na Análise de Discurso, assentada na perspectiva foucaultiana, que compreende o discurso além de signos, ou seja, como formador dos objetos de que se falam. Desse modo, por meio da análise do discurso da Professora entrevistada, identificou-se sua posição de poder no jogo da (a)normalidade que traçam os contornos dos espaços escolares. Tais discursos nos levam a posicionar sujeitos em lugares de conformidade e inconformidade, diante a presença de uma estudante cega em um curso de Química, guiado pela normalidade da visão.