Fábio Cosme Rodrigues dos Santos, C. A. R. Oliveira, Sérgio Ifa
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Abstract
Este artigo propõe problematizar e incitar professores e formadores de professores de Libras e de outras línguas (maternas ou estrangeiras) um (re)pensar acerca dos sentidos construídos e veiculados pelos discursos de adaptação teórica-metodológica-analítica e adaptação curricular no que diz respeito aos contextos educacionais que envolvem pessoas surdas. Com base nessa discussão, indagamos se teorizações baseadas em premissas descritivistas e analíticas de línguas orais, bem como seus respectivos processos metodológicos, contemplariam às especificidades das línguas gestuais, no nosso caso, da Libras ou se, por outro lado, não incorreriam num movimento de apagamento de tais singularidades. Assentados num posicionamento ético-político, e de acordo com as reflexões construídas neste artigo, entendemos que tais movimentos de adaptação parecem negligenciar as necessidades e interesses da população surda e, por conseguinte, assumir formas de apagamento das particularidades desses cidadãos. Adaptar refrata sentido de apagar que, por sua vez, age como força mantenedora das formas hegemônicas vigentes. Percebemos que o sujeito surdo não é visto a partir de suas realidades, pois que processos de ensino-aprendizagem e pesquisas que o envolve são naturalizados, tendo como referente o ouvinte. Logo, esse último também lhe é por parâmetro normatizador linguístico costurado pela estrutura social cisheteropatriarcal, branca e cristão de nosso contexto nacional. O texto finaliza com um convite à reflexão, à reconceitualização e à ação.