Lilian Angélica da Silva Souza, Michelle Villaça Lino
{"title":"PROTEÇÃO TEM COR: PROBLEMATIZANDO O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGROS","authors":"Lilian Angélica da Silva Souza, Michelle Villaça Lino","doi":"10.36704/ssd.v5i1.6236","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo analisa aspectos históricos e contemporâneos do acolhimento institucional como forma de proteção de crianças e adolescentes. Com base nas análises da institucionalização do período pós escravização ao pós promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, as autoras problematizam como o discurso de proteção colabora de maneira perversa para o silenciamento, fragilização e rompimentos de vínculos de famílias pobres e negras, em sua maioria. As autoras observam que, ainda hoje, o conceito de proteção é utilizado de modo diferenciado quando se trata de crianças de cor/raça negra. Valendo-se da desqualificação dessas famílias, produzem-se subjetividades vulneráveis e passíveis de intervenções. O artigo conclui que a atual política de acolhimento institucional reflete uma continuidade, daquelas com caráter racista, higienista e de controle, adotadas desde o início do século XX.","PeriodicalId":266808,"journal":{"name":"Serviço Social em Debate","volume":"43 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Serviço Social em Debate","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36704/ssd.v5i1.6236","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo analisa aspectos históricos e contemporâneos do acolhimento institucional como forma de proteção de crianças e adolescentes. Com base nas análises da institucionalização do período pós escravização ao pós promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, as autoras problematizam como o discurso de proteção colabora de maneira perversa para o silenciamento, fragilização e rompimentos de vínculos de famílias pobres e negras, em sua maioria. As autoras observam que, ainda hoje, o conceito de proteção é utilizado de modo diferenciado quando se trata de crianças de cor/raça negra. Valendo-se da desqualificação dessas famílias, produzem-se subjetividades vulneráveis e passíveis de intervenções. O artigo conclui que a atual política de acolhimento institucional reflete uma continuidade, daquelas com caráter racista, higienista e de controle, adotadas desde o início do século XX.