ATÉ QUE SEJA NOSSO: O EXEMPLO DO CAIS JOSÉ ESTELITA, RECIFE - PE E A RESPONSABILIDADE DA ARQUEOLOGIA EM DEFESA DO PATRIMÔNIO

Abstract

O Cais José Estelita, construído por volta de 1858, situado no Bairro de São José, Recife – PE é significativo para a história da cidade como o local de implantação da segunda ferrovia nacional. No ano de 1999 o Cais foi abandonado e em 2008 foi vendido ao Consórcio Novo Recife, que apresentou o Projeto Novo Recife, prevendo a derrubada dos armazéns que compunham o cais. Como forma de resistência à derrubada do Cais José Estelita, surge em 2012 o Movimento Ocupe Estelita. O objetivo desta pesquisa é investigar como a arqueologia foi utilizada pelo Movimento Ocupe Estelita para defender o Cais. Os métodos utilizados foram a análise de conteúdo dos textos presentes no blog do Grupo Direitos Urbanos e dos documentos encontrados no Sistema Eletrônico de Informações. Mediante os resultados das análises, combinados à revisão bibliográfica, foi possível perceber que apesar do debate sobre patrimônio estar inserido nas formulações do movimento, há pouca participação da arqueologia, cumprindo a disciplina um papel burocrático e subordinado pelas vias institucionais. Ratifica-se que o conhecimento arqueológico é de grande importância para a defesa do patrimônio nas cidades e faz-se necessário que a disciplina realize cada vez mais ações que denotem a sua responsabilidade política e social.