{"title":"Prefácio: Desafios para o trabalho com famílias, em tempos de (des)proteções e judicializações","authors":"M. C. Yazbek","doi":"10.29388/978-65-86678-28-4-0-F.11-14","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este livro, que se apresenta como um resultado dos estudos e debates realizados por docentes e pesquisadoras em Atividade Programada desenvolvida no Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUCSP, no segundo semestre de 2019, sob a coordenação da Professora Dra. Eunice Teresinha Fávero, revela-se importante contribuição à tarefa de desvendar algumas questões que permeiam o atual discurso sobre família (s) e gênero; especialmente no âmbito dos Sistemas de Justiça e de (des)proteção Social. Essa Atividade Programada, como consta da Apresentação da Coletânea, nasceu da preocupação com a intensificação, nos anos recentes, de posicionamentos conservadores em relação à família e gênero com seus impactos nas Políticas Sociais, especialmente naquelas de natureza protetiva. Posicionamentos que também vêm se expressando nas “legislações e trabalho com famílias, no cotidiano de espaços sócio ocupacionais da área sociojurídica e para além dela, na medida de suas interfaces e conexões com outras áreas” Como sabemos, no atual cenário de ascensão ao poder de forças conservadoras de traços fascistas, configura-se uma paisagem sinistra, caracterizada por tempos de regressão obscurantista, com a criminalização de famílias pobres e de seus filhos, o extermínio de jovens pobres e negros, o acirramento de preconceitos, do assédio, a naturalização de desigualdades, do racismo e da homofobia. O contexto mais global, é de crise estrutural do capital que avança em seu caráter ultraliberal, predatório e na banalização da vida. São tempos de devastação como nos lembra Antunes, “[...] uma fase ainda mais destrutiva da barbárie neoliberal e financista.” (Antunes, 2018, p. 10) Contexto no qual reativase o pensamento conservador, restaurador e defensor da ordem instituída e o pensamento reacionário que confronta valores democráticos e propõe elimina-","PeriodicalId":274182,"journal":{"name":"Famílias na cena contemporânea: (des)proteção social, (des)igualdades e judicialização","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Famílias na cena contemporânea: (des)proteção social, (des)igualdades e judicialização","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29388/978-65-86678-28-4-0-F.11-14","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este livro, que se apresenta como um resultado dos estudos e debates realizados por docentes e pesquisadoras em Atividade Programada desenvolvida no Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUCSP, no segundo semestre de 2019, sob a coordenação da Professora Dra. Eunice Teresinha Fávero, revela-se importante contribuição à tarefa de desvendar algumas questões que permeiam o atual discurso sobre família (s) e gênero; especialmente no âmbito dos Sistemas de Justiça e de (des)proteção Social. Essa Atividade Programada, como consta da Apresentação da Coletânea, nasceu da preocupação com a intensificação, nos anos recentes, de posicionamentos conservadores em relação à família e gênero com seus impactos nas Políticas Sociais, especialmente naquelas de natureza protetiva. Posicionamentos que também vêm se expressando nas “legislações e trabalho com famílias, no cotidiano de espaços sócio ocupacionais da área sociojurídica e para além dela, na medida de suas interfaces e conexões com outras áreas” Como sabemos, no atual cenário de ascensão ao poder de forças conservadoras de traços fascistas, configura-se uma paisagem sinistra, caracterizada por tempos de regressão obscurantista, com a criminalização de famílias pobres e de seus filhos, o extermínio de jovens pobres e negros, o acirramento de preconceitos, do assédio, a naturalização de desigualdades, do racismo e da homofobia. O contexto mais global, é de crise estrutural do capital que avança em seu caráter ultraliberal, predatório e na banalização da vida. São tempos de devastação como nos lembra Antunes, “[...] uma fase ainda mais destrutiva da barbárie neoliberal e financista.” (Antunes, 2018, p. 10) Contexto no qual reativase o pensamento conservador, restaurador e defensor da ordem instituída e o pensamento reacionário que confronta valores democráticos e propõe elimina-