Marcos Vinícios Pitombeira Noronha, Rômulo da Nóbrega De Alencar, Juliana Ciarlini Costa, Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur
{"title":"EXPOSIÇÃO CRÔNICA A AFLATOXINA B1 E ONCOGÊNESE DO CARCINOMA HEPATOCELULAR","authors":"Marcos Vinícios Pitombeira Noronha, Rômulo da Nóbrega De Alencar, Juliana Ciarlini Costa, Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur","doi":"10.22280/revintervol13ed3.480","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O carcinoma hepatocelular (CHC) é a neoplasia maligna mais frequentemente encontrada no fígado humano, sendo extremamente agressivo, porém silencioso. A aflatoxina B1 (AFB1) representa um importante agente causador do CHC, quando há exposição crônica a esta substância através da ingestão de grãos contaminados com o fungo produtor desta toxina, o Aspergillus flavus. A presente pesquisa bibliográfica teve como objetivo caracterizar a oncogênese do CHC por exposição à aflatoxina B1. Foi conduzida uma busca por artigos científico nas bases de dados MEDLINE, Science Direct e Scopus, através dos descritores “aflatoxins”, “carcinoma hepatocellular” e “carcinogenesis”, além da utilização de informações de sites governamentais. A partir dos 26 artigos selecionados, verificou-se que: existem biomarcadores precoces da hepatocarcinogênese induzida por AFB1, sendo o principal a impressão mutagênica (mutações G→T nos contextos GGC e CGC); os mecanismos e vias para o desenvolvimento do CHC incluem processos inflamatórios, formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e mutações em oncogenes e genes supressores tumorais, principalmente da via p53; existe sinergismo entre a AFB1 e outras substâncias (microcistinas e fumonisinas), com potencialização dos efeitos tóxicos da AFB1, sendo necessária a prevenção desta coexposição. Por fim, verificou-se a existência de substâncias (licopeno e fisetina) ou características genéticas (polimerase ζ (pol ζ) e Neil 1) que podem atuar como fator de proteção contra a carcinogênese por exposição à AFB1. Ressalta-se a necessidade do controle do armazenamento, conservação e consumo de grãos sujeitos à presença da AFB1, evitando a exposição crônica à esta aflatoxina.","PeriodicalId":290377,"journal":{"name":"Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade","volume":"178 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-10-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22280/revintervol13ed3.480","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O carcinoma hepatocelular (CHC) é a neoplasia maligna mais frequentemente encontrada no fígado humano, sendo extremamente agressivo, porém silencioso. A aflatoxina B1 (AFB1) representa um importante agente causador do CHC, quando há exposição crônica a esta substância através da ingestão de grãos contaminados com o fungo produtor desta toxina, o Aspergillus flavus. A presente pesquisa bibliográfica teve como objetivo caracterizar a oncogênese do CHC por exposição à aflatoxina B1. Foi conduzida uma busca por artigos científico nas bases de dados MEDLINE, Science Direct e Scopus, através dos descritores “aflatoxins”, “carcinoma hepatocellular” e “carcinogenesis”, além da utilização de informações de sites governamentais. A partir dos 26 artigos selecionados, verificou-se que: existem biomarcadores precoces da hepatocarcinogênese induzida por AFB1, sendo o principal a impressão mutagênica (mutações G→T nos contextos GGC e CGC); os mecanismos e vias para o desenvolvimento do CHC incluem processos inflamatórios, formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e mutações em oncogenes e genes supressores tumorais, principalmente da via p53; existe sinergismo entre a AFB1 e outras substâncias (microcistinas e fumonisinas), com potencialização dos efeitos tóxicos da AFB1, sendo necessária a prevenção desta coexposição. Por fim, verificou-se a existência de substâncias (licopeno e fisetina) ou características genéticas (polimerase ζ (pol ζ) e Neil 1) que podem atuar como fator de proteção contra a carcinogênese por exposição à AFB1. Ressalta-se a necessidade do controle do armazenamento, conservação e consumo de grãos sujeitos à presença da AFB1, evitando a exposição crônica à esta aflatoxina.