F. F. R. Mangini, Sheila Kocourek, Laureana Vargas Silveira
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Abstract
O presente artigo procura analisar a vinculação das tecnologias de saúde com os distintos projetos médico assistenciais e sanitaristas, bem como, identificar possíveis contribuições do Serviço Social à democratização e garantia do direito à saúde, tomando como base os estudos sociais da tecnologia. Trata-se de um estudo teórico-bibliográfico, que parte do pressuposto de que a tecnologia constitui-se numa das principais fontes de poder da atualidade, sendo isenta de neutralidade. Este trabalho está estruturado em três eixos: no primeiro eixo discute o conceito de tecnologia; no segundo, aproxima o debate das relações entre tecnologia, política e democracia, buscando fundamentar teoricamente a prática profissional do assistente social, visto que a mesma é mediada pela tecnologia na política pública de saúde; e, no terceiro eixo, discorre sobre os dois principais projetos sanitaristas em disputa e suas relações com a tecnologia, mostrando que cada projeto prioriza diferentes tipos de tecnologias, que devem ser construídas e socializadas de modos distintos. Apoiada no modelo médico hegemônico de saúde, a tecnologia tende a se apresentar de maneira hierárquica e autoritária, focada em procedimentos. Já respaldada pelo modelo de assistência à saúde defendido pelo Movimento de Reforma Sanitária, tende a ser construída de maneira democrática, participativa, voltada sua centralidade para os usuários. Nessa direção, são tecidas considerações para a construção contra hegemônica das tecnologias por parte dos usuários e profissionais de Serviço Social com vistas ao enfrentamento das relações assimétricas e autoritárias, distanciadas da perspectiva de garantia de direitos e da construção do trabalho em equipe no SUS.