{"title":"AGROECOLOGIA E A PRODUÇÃO DE TERRITÓRIOS: LIMITES E POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS ALTERNATIVAS NA REGIÃO DA GRANDE DOURADOS\\MS","authors":"B. Campos, Silvana Aparecida Lucato Moretti","doi":"10.48075/geoq.v15i02.29326","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo buscou-se tecer uma discussão acerca da Agroecologia e sua interface com a produção dos territórios, tendo como objeto de análise as práticas socioambientais alternativas da agroecologia no Território da Grande Dourados. Tal esforço se justifica pela evidente dimensão territorial que cerca as práticas agroecológicas, que, por vezes, tem se apresentado como matriz disciplinar e também pela tendência desta prática vir a consolidar como uma alternativa paradigmática. Diante de tais considerações, procurou-se realizar um debate acerca da lógica do Estado-Nação e os conflitos territoriais em evidência na sociedade. Para tal, a questão da pobreza/riqueza foi trazida para o campo de discussão, questionando se seria mesmo um desafio alimentar as pessoas do mundo. A Agroecologia foi tratada como alternativa de resistência e refundação dos territórios, no sentido de seu potencial para solucionar problemas da falta de oferta de alimento saudável, de saúde pública e de caráter ambiental de um modo geral. Tomando como objeto de análise as práticas socioambientais alternativas da agroecologia no Território da Grande Dourados, na porção austral do estado de Mato Grosso do Sul, viu-se que, mesmo considerando as diferenças existentes entre os agricultores, a produção de orgânicos por famílias proprietárias de pequenas porções de terras é uma resistência ao processo de homogeneização do território pelas formas capitalistas de produção mais rentáveis economicamente, marcadamente representada pela produção agropecuária destinada ao mercado internacional.","PeriodicalId":377608,"journal":{"name":"Geografia em Questão","volume":"08 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Geografia em Questão","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48075/geoq.v15i02.29326","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Neste artigo buscou-se tecer uma discussão acerca da Agroecologia e sua interface com a produção dos territórios, tendo como objeto de análise as práticas socioambientais alternativas da agroecologia no Território da Grande Dourados. Tal esforço se justifica pela evidente dimensão territorial que cerca as práticas agroecológicas, que, por vezes, tem se apresentado como matriz disciplinar e também pela tendência desta prática vir a consolidar como uma alternativa paradigmática. Diante de tais considerações, procurou-se realizar um debate acerca da lógica do Estado-Nação e os conflitos territoriais em evidência na sociedade. Para tal, a questão da pobreza/riqueza foi trazida para o campo de discussão, questionando se seria mesmo um desafio alimentar as pessoas do mundo. A Agroecologia foi tratada como alternativa de resistência e refundação dos territórios, no sentido de seu potencial para solucionar problemas da falta de oferta de alimento saudável, de saúde pública e de caráter ambiental de um modo geral. Tomando como objeto de análise as práticas socioambientais alternativas da agroecologia no Território da Grande Dourados, na porção austral do estado de Mato Grosso do Sul, viu-se que, mesmo considerando as diferenças existentes entre os agricultores, a produção de orgânicos por famílias proprietárias de pequenas porções de terras é uma resistência ao processo de homogeneização do território pelas formas capitalistas de produção mais rentáveis economicamente, marcadamente representada pela produção agropecuária destinada ao mercado internacional.