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Abstract
Se avaliarmos o contexto de produção de conhecimento no âmbito de epistemologias feministas negras, chegaríamos à enumeração de determinadas configurações sociais que dificultam a interação entre movimentos políticos de mulheres negras em um âmbito global. Em princípio, a primeira configuração social que dificulta chegar a esse objetivo concentra-se na realidade multilinguística. Assim, perde-se no contexto nacional brasileiro em não se falar as línguas espanhola, francesa, inglesa, indígenas e autóctones, pois, o que mulheres negras produzem em língua estrangeira ganham menor projeção no âmbito de suas ações políticas em larga escala e, igualmente, o que se produz fora do Brasil. Torna-se indispensável a tradução de suas epistemologias, tanto no âmbito teórico-acadêmico quanto no âmbito literário-ficcional, uma vez que, parafraseando Sonia E. Alvarez (2009, 2014), a tradução é teórica e politicamente essencial para construir alianças políticas feministas. O intuito é de, nesse ensaio, apresentar uma breve avaliação dos contornos de tradução, publicação e edição de textos produzidos por mulheres negras, em especial, no Brasil.