Roxanne Pucci de Mesquita Ibiapina, João Denys Araújo Leite, Anna Karynne Melo
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Abstract
A adolescência é considerada como uma fase de descobertas, marcada por inúmeras mudanças, e a literatura a apresenta como uma passagem da infância para a vida adulta. Os adolescentes com transtornos de aprendizagem vivenciam essa fase com medos e angústias devido aos limites que são impostos pelo transtorno. Neste estudo, objetivou-se compreender a experiência vivida de ser adolescente com diagnóstico de transtorno de aprendizagem sob a ótica da fenomenologia de Merleau-Ponty. Foi utilizado o método fenomenológico crítico para acessar a experiência vivida de adolescentes de 11 a 17 anos que participam de grupos de psicopedagogia num núcleo de atendimento integrado localizado na cidade de Fortaleza. A partir das falas dos adolescentes, foram elencadas cinco categorias: a relação do adolescente com o transtorno e suas limitações; a relação do adolescente com seu meio social; a dificuldade do adolescente em lidar com seu processo de adolescer; os sentimentos do adolescente diante de sua diferença; e a relação dos adolescentes com as exigências do cotidiano. Compreendeu-se que a experiência de ser adolescente com o transtorno é perpassada por sofrimento, uma vez que há diversos significados atribuídos como a vergonha e o sentimento de inutilidade. Considera-se que os adolescentes se encontram em um contexto no qual são destituídos e desresponsabilizados de sua própria experiência, sendo ela sempre considerada a partir de um discurso alheio por conta de uma infantilização exacerbada que, muitas vezes, é atribuída ao transtorno pelos pais e cuidadores.