{"title":"As relações étnico-raciais e o ensino de Ciências: visão de professores de Itabuna-BA","authors":"C. A. V. Prudêncio, Jeobergna de Jesus","doi":"10.23864/CPP.V4I9.463","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A lei 10.639/03 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores preconizam a necessidade de discutirmos as relações étnicoraciais em todos os níveis da educação Básica e nos cursos de licenciatura, porém existem dificultadores que impedem que os professores, em especial os de Ciências, foco desse trabalho, desenvolvam atividades nesse sentido. Buscando evidenciar algumas dessas dificuldades e discutir estratégias para minimizá-las, entrevistamos professores de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental de sete escolas estaduais de Itabuna-Ba, para investigar que importância conferem à discussão das relações étnico-raciais na escola, de que maneira visualizam possibilidades de inserção dessa temática no ensino de Ciências e seu conhecimento sobre a lei 10.639/03. Os dados foramanalisados com base na metodologia de Análise Textual Discursiva e mostraram que, apesar de os professores acreditarem na importância de se educar para as relações étnico-raciais, existe um esconhecimentogeneralizado tanto da lei quanto da existência, sobretudo, de conhecimentos científicos de matriz africana e afrodescendente, o que dificulta seu diálogo com o ensino de Ciências. Essa pesquisa revelou ainda que a formação inicial não tem preparado os professores para abordarem essas questões em suas salas de aulas e que, quando realizam ações para valorizar a cultura negra elas tendem a ser pontuais, oncentradas no dia da Consciência Negra e que acabam, por vezes, reforçando estereótipos. Apontamos para a necessidade de se (re)conhecer o desenvolvimento científico e tecnológico dos povos africanos e compartilhamos algumas ações que temos desenvolvido em nosso grupo de pesquisa para inserir a discussão das relações étnico-raciais no ensino de Ciências.","PeriodicalId":155464,"journal":{"name":"Com a Palavra, o Professor","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Com a Palavra, o Professor","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23864/CPP.V4I9.463","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A lei 10.639/03 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores preconizam a necessidade de discutirmos as relações étnicoraciais em todos os níveis da educação Básica e nos cursos de licenciatura, porém existem dificultadores que impedem que os professores, em especial os de Ciências, foco desse trabalho, desenvolvam atividades nesse sentido. Buscando evidenciar algumas dessas dificuldades e discutir estratégias para minimizá-las, entrevistamos professores de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental de sete escolas estaduais de Itabuna-Ba, para investigar que importância conferem à discussão das relações étnico-raciais na escola, de que maneira visualizam possibilidades de inserção dessa temática no ensino de Ciências e seu conhecimento sobre a lei 10.639/03. Os dados foramanalisados com base na metodologia de Análise Textual Discursiva e mostraram que, apesar de os professores acreditarem na importância de se educar para as relações étnico-raciais, existe um esconhecimentogeneralizado tanto da lei quanto da existência, sobretudo, de conhecimentos científicos de matriz africana e afrodescendente, o que dificulta seu diálogo com o ensino de Ciências. Essa pesquisa revelou ainda que a formação inicial não tem preparado os professores para abordarem essas questões em suas salas de aulas e que, quando realizam ações para valorizar a cultura negra elas tendem a ser pontuais, oncentradas no dia da Consciência Negra e que acabam, por vezes, reforçando estereótipos. Apontamos para a necessidade de se (re)conhecer o desenvolvimento científico e tecnológico dos povos africanos e compartilhamos algumas ações que temos desenvolvido em nosso grupo de pesquisa para inserir a discussão das relações étnico-raciais no ensino de Ciências.