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Abstract
O trabalho do texto consiste em afirmar a potência do isolamento barthesiano hoje. O luto, afeto vivo e presente, será o princípio que unifica a docência, a escrita e a vida: no último Roland Barthes, em nós. Aulas, datas, imagens e um arquivo de leituras translúcidas lancinadas por feixes de luz a demandarem uma atualização das formas em um corpo que escreve. Não há nada a superar, visto que a dor é ocasião. Escrevemos a fantasia de tal solidão tendo o texto barthesiano, a docência que praticamos e, como oximoro, o nosso viver-junto enquanto potencial ativo de uma Vita Nova. Assim, dispomos quatro precisões: o luto se manifesta pelo e no trabalho, como a marca a animar a produção presente; atualizado em uma aula, o luto harmoniza o afeto da perda e a criação didática: não poder desenvolver, não poder sustentar, não poder impor; o luto só pode ser experimentado de modo instantâneo: surpreende como experiência inaugural e, portanto, potencialmente mutativa (o insustentável como condição); e o luto permite apenas sua vivência (traduzida, inocentemente, em prática), jamais seu domínio. Lecionar, escrever, pesquisar, viver como se um Amador. Disponibilidades luminosas à beira-fôlego: entrar vivo na morte. É disso que se trata.