Daniela Fernanda dos Santos Alves, Gerson Barreto Winkler, L. Egres, Dariana Pimentel Gomes Hubner, Jonatan da Rosa Pereira da Silva, Mateus Espíndola de Moraes, V. S. Casaroto, Cristine Coelho Cazeiro, Bruna Hentges, L. B. Teixeira
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Abstract
Introdução: O HIV é um importante agravo de saúde e seu tratamento deve ser iniciado logo após o diagnóstico, tendo em vista as altas taxas de morbimortalidade da doença quando não tratada adequadamente. O início oportuno da terapia antirretroviral é um indicador essencial no monitoramento do cuidado contínuo de pessoas vivendo com HIV. Porto Alegre (RS), cenário deste estudo, apresentou uma taxa de detecção de aids de 58,5 casos/100 mil habitantes em 2019, uma taxa 3,3 vezes maior que a taxa do Brasil. Objetivo: Avaliar o tempo de início da terapia antirretroviral em pacientes vivendo com HIV inseridos na rede de atenção especializada no município de Porto Alegre. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte histórica baseado nos registros presentes em Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Sistema de Controle de Exames Laboratoriais, Sistema de Controle Logístico de Medicamentos e Sistemade Informações sobre Mortalidade de todos os usuários com diagnóstico de HIV que compareceram a um serviço de assistência especializada no município no período de 2013 a 2019. Foi utilizada a estatística descritiva para exploração dos dados sociodemográficos e o método de Kaplan-Meier para estimar a primeira dispensação de terapia antirretroviral. Resultados: Foram acompanhados 194 usuários do diagnóstico até 2019. A amostra foi composta majoritariamente de homens (69,6%), com média de idade 35,5±10,4 anos. Entre os usuários, verificou-se que a população negra correspondia a 37,8% e que 27,8% dos usuários apresentava ensino médio completo. A mediana de tempo para a primeira dispensação de terapia antirretroviral após o diagnóstico foi de dois meses (intervalo de confiança de 95% 1,63-2,36), e 90,1% não haviam iniciado tratamento em 15 dias e 75,4% em 45 dias. Cerca de 20% dos pacientes ainda não havia iniciado tratamento após dez meses de diagnóstico. Conclusão: A proporção de pessoas com a primeira dispensação de terapia antirretroviral em 60 dias foi considerada baixa no estudo, evidenciando a necessidade de intervenções para ampliar a vinculação ao serviço de saúde e o início oportuno da terapia antirretroviral.