A importância do acompanhamento odontológico no desenvolvimento infantil na Síndrome Congênita do Zika Vírus: uma visão da ortopedia funcional dos maxilares

Abstract

Objetivo: A Síndrome Congênita do Zika Vírus apareceu no Brasil com a epidemia de Zika, marcadamente, entre 2015 e 2016 e alterações craniofaciais, neurológicas e sensoriais graves e desconhecidas afetaram alguns bebês de gestantes expostas ao vírus da Zika durante a gestação. Neste período, diversos estudos foram iniciados para o diagnóstico e identificação das alterações, porém, a continuidade do cuidado ficou dependente de um sistema de saúde forte e organizado em todos os níveis de atenção, não sendo a realidade no Brasil. Este artigo tem como objetivo mostrar a importância do pré-natal no acompanhamento da gestante, e da puericultura, observando possíveis alterações craniofaciais e posturais  dos bebês e de que forma a Ortopedia Funcional dos Maxilares, através da Reabilitação Neuro Oclusal, pode colaborar na identificação e tratamento em tempo oportuno das oclusopatias, para que as funções do sistema estomatognático como a sucção, respiração, mastigação, deglutição e fonação, principalmente, sejam realizadas da melhor forma possível, com impacto positivo no funcionamento equilibrado de todo o corpo, das funções cognitivas e no aprendizado. Método: Uma revisão sobre a temática e descrição de casos clínicos, a fim de mostrar a importância de estímulos externos e técnicas terapêuticas para orientar o crescimento ósseo e consequente melhora nas funções neuromusculares e da circulação dos fluidos corporais. Resultado: A potencialidade de crianças com deficiência como resultado do cuidado integral para alcançar a autonomia nas atividades de vida diária e de vida prática, fugindo do olhar capacitista, que olha para alterações físicas como barreiras. Conclusão: Conclui-se que é importante acompanhar a gestação, os marcos de desenvolvimento descritos na caderneta da criança, oportunizar tratamento odontológico/ortopédico funcional em tempo oportuno e orientação para familiares, cuidadores e profissionais da saúde e educação sobre como estimular as funções do corpo para potencializar as atividades físicas e cognitivas, para vida autônoma e independente.