A FÉ COMO “SALTO QUALITATIVO” E AS TRÊS POSSIBILIDADES EXISTENCIAIS FUNDAMENTAIS EM
KIERKEGAARD: O ESFORÇO DE CONQUISTA DE SI MESMO, A HARMONIZAÇÃO COM A GENERALIDADE DO
BEM E DO MAL E A ESPIRITUALIDADE INDIVIDUAL E A AUTENTICIDADE EXISTENCIAL
{"title":"A FÉ COMO “SALTO QUALITATIVO” E AS TRÊS POSSIBILIDADES EXISTENCIAIS FUNDAMENTAIS EM\n KIERKEGAARD: O ESFORÇO DE CONQUISTA DE SI MESMO, A HARMONIZAÇÃO COM A GENERALIDADE DO\n BEM E DO MAL E A ESPIRITUALIDADE INDIVIDUAL E A AUTENTICIDADE EXISTENCIAL","authors":"Luiz Carlos Mariano Da Rosa","doi":"10.5935/2179-9180.20200012","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Caracterizando a existência como um processo de escolha e decisão que converge para a constituição do sujeito como tal, Kierkegaard atribui à existência a condição de um projeto em uma construção que encerra três possibilidades existenciais fundamentais, a saber, o estético, o ético e o religioso. Dessa forma, o artigo assinala que, constituindo-se uma dimensão em cujo estádio a procura do sentido ou a busca do absoluto circunscreve-se à imanência, o modo existencial estético caracteriza-se como a fruição da subjetividade consigo própria através do instante do prazer sensual em um movimento que implica a sedução como esforço de conquista de si que, contudo, escapa ao seu poder em uma relação que converge para o desespero, haja vista que a renovação de forma indefinida da condição originária do amor esgota-se na generalização. E se o estágio ético encerra a integração na comunidade social através da institucionalização da repetição como um modo de vida baseado na objetividade e na racionalidade, a conformação do sujeito ao modus vivendi e ao modus essendi do geral implica a harmonização da sua subjetividade com a generalidade do bem e do mal por meio de um processo que torna-se incapaz de resolver a questão da sua desordem existencial. Assim sendo, o artigo mostra que, se a virtude moral que o ético impõe converge para a impossibilidade de superação do desespero que caracteriza a busca do absoluto na imanência, a atitude religiosa, abdicando da realidade em sua totalidade finita em função da relação absoluta com o Absoluto, demanda a suspensão teleológica do ético e tende a instaurar a autenticidade existencial através de um movimento que mantém correspondência com a fé como o “salto” que implica a consciência de si em sua singularidade e a espiritualidade individual.","PeriodicalId":107480,"journal":{"name":"Revista Guairacá de Filosofia","volume":"57 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-02-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Guairacá de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5935/2179-9180.20200012","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Caracterizando a existência como um processo de escolha e decisão que converge para a constituição do sujeito como tal, Kierkegaard atribui à existência a condição de um projeto em uma construção que encerra três possibilidades existenciais fundamentais, a saber, o estético, o ético e o religioso. Dessa forma, o artigo assinala que, constituindo-se uma dimensão em cujo estádio a procura do sentido ou a busca do absoluto circunscreve-se à imanência, o modo existencial estético caracteriza-se como a fruição da subjetividade consigo própria através do instante do prazer sensual em um movimento que implica a sedução como esforço de conquista de si que, contudo, escapa ao seu poder em uma relação que converge para o desespero, haja vista que a renovação de forma indefinida da condição originária do amor esgota-se na generalização. E se o estágio ético encerra a integração na comunidade social através da institucionalização da repetição como um modo de vida baseado na objetividade e na racionalidade, a conformação do sujeito ao modus vivendi e ao modus essendi do geral implica a harmonização da sua subjetividade com a generalidade do bem e do mal por meio de um processo que torna-se incapaz de resolver a questão da sua desordem existencial. Assim sendo, o artigo mostra que, se a virtude moral que o ético impõe converge para a impossibilidade de superação do desespero que caracteriza a busca do absoluto na imanência, a atitude religiosa, abdicando da realidade em sua totalidade finita em função da relação absoluta com o Absoluto, demanda a suspensão teleológica do ético e tende a instaurar a autenticidade existencial através de um movimento que mantém correspondência com a fé como o “salto” que implica a consciência de si em sua singularidade e a espiritualidade individual.