Julia Pinheiro Machado, Lúcio José Botelho, Hugo Alejandro Arce Iskenderian, Amanda Martins da Silva
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Abstract
A Depressão Pós-Parto (DPP) é uma condição clínica sub diagnosticada no puerpério, porém com grande impacto na saúde pública. O artigo tem como objetivo identificar a incidência de DPP e os fatores de risco associados nas mulheres cujo parto foi realizado no Hospital Universitário de Florianópolis, e descrever seu perfil socioeconômico. Trata-se de um estudo de corte. Foram usados dois parâmetros, um socioeconômico, psicossocial e obstétrico, e a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (EPDS) nas 48 horas pós-parto. O último foi replicado seis semanas após. Foi interpretado como provável DPP escore na EPDS ≥ 11. Foram utilizados os testes de Qui-quadrado para associação entre variáveis selecionadas como possíveis fatores de risco para DPP. A análise epidemiológica foi realizada a partir dos riscos absolutos e relativos. Resultados: 148 mulheres foram incluídas no estudo. A incidência de DPP nas 48 horas após o parto foi de 22,97%, e seis semanas após correspondeu a 31,5% da amostra. Os fatores de risco encontrados em ambos os momentos foram: diagnóstico prévio de transtorno psiquiátrico; hiperêmese gravídica na última gestação e relação perturbada com o cônjuge. Os fatores de proteção comuns incluíram satisfação com o corpo e com a notícia da gravidez. O escore ≥ 11 na EPDS no pós-parto imediato foi associado como fator de risco para o desenvolvimento de DPP seis semanas após e para o risco de causar dano a si mesma. Conclui-se que a incidência elevada de DPP está relacionada com história pregressa e fatores sociais, demonstrando a importância da investigação precoce no período perinatal, para prevenção e tratamento adequado da mesma.