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Abstract
A União Soviética colocou um grave problema aos marxistas ocidentais por causa de uma relação especial entre a língua e o discurso. A expressão “língua de madeira” pertence aos detratores e adversários do regime soviético, sendo, por conseguinte, um instrumento polêmico. A imensa maioria dos textos ocidentais que têm por objeto a “língua de madeira” descreve-a como “a língua da mentira”, pressupondo assim, por contraste, uma língua do verdadeiro. Esta oposição mentira/verdade é uma armadilha à qual só uma análise do discurso permite escapar. Na condição de ter em conta a dimensão própria de uma língua, o russo, quando a quase totalidade das análises do discurso na França tinha por objeto textos redigidos em francês. Esta dimensão própria da língua permite afinar os procedimentos de análise do discurso, evitando uma simples análise de conteúdo. Os exemplos aqui apresentados mostram os becos sem saída de uma atitude ingênua de propor uma tradução do falso em verdadeiro.