Arthur Nascimento de Moura, Ana Cristina Camarozano, Cintia Rocha Fortes de Sá, Daniela de Castro Carmo, Jerônimo Antonio Fortunato, Rubens Zenóbio Darwich, Liz Andréa Villela Baroncini
{"title":"Função Diastólica do Ventrículo Direito: Correlação com a Idade","authors":"Arthur Nascimento de Moura, Ana Cristina Camarozano, Cintia Rocha Fortes de Sá, Daniela de Castro Carmo, Jerônimo Antonio Fortunato, Rubens Zenóbio Darwich, Liz Andréa Villela Baroncini","doi":"10.36660/abcimg.2023333","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Por muitos anos, o ventrículo direito (VD) foi muito pouco estudado e, às vezes, considerado semelhante ao\nventrículo esquerdo (VE). Porém, diferentemente do VE, o VD apresenta diferença desde a sua forma mais hemielipsoide\ncomo também na contratilidade que está mais associada ao acoplamento ventrículo-atrial relacionado à elasticidade,\ndemonstrando, assim, a importância da complacência do VD tanto para a função sistólica como também para a função\ndiastólica. Essas diferenças começam a ser mais valorizadas e estudadas nos últimos anos devido à maior necessidade\nde seu entendimento após a introdução dos corações artificiais que não se acoplavam adequadamente.\nObjetivo: Avaliar a correlação das alterações ecocardiográficas da função diastólica do VD com a progressão da idade\ne com o sexo em indivíduos com função sistólica biventricular preservada.\nMétodos: Estudo de coorte, observacional e retrospectivo. Foram selecionados 110 pacientes, 66 (60%) mulheres\n(62,6±13,7 anos) e 44 (40%) homens (60,6±10,8 anos). Os dados avaliados ao ecocardiograma transtorácico (ETT)\nforam (i) ao Doppler espectral do influxo tricúspide onda E, onda A, relação E/A e tempo de desaceleração da onda E; e\n(ii) ao Doppler tecidual do anel tricúspide, onda e’ lateral, onda a’ e relação E/e’. As correlações foram realizadas através\ndos coeficientes de Pearson e Spearman.\nResultados: Na população estudada, apenas 35,2% dos indivíduos apresentaram disfunção diastólica do VD após\na aplicação dos critérios de disfunção diastólica utilizados para o VE. Das variáveis ecocardiográficas avaliadas\ndo VD, a onda E apresentou correlação negativa com a idade nas mulheres (r -0,473, p < 0,001) e nos homens\n(r -0,37, p = 0,015). A relação E/A apresentou uma correlação negativa com a idade apenas no sexo feminino\n(r -0,32; p = 0,001), e a desaceleração da onda E apresentou uma correlação positiva com a idade apenas no sexo\nfeminino (r 0,31, p = 0,014). As demais variáveis não tiveram significância estatística de correlação com a idade\ntanto em homens quanto em mulheres.\nConclusões: O presente estudo mostrou correlação dos parâmetros ecocardiográficos para disfunção diastólica do VD\ncom a idade, mais evidentes no sexo feminino.","PeriodicalId":217289,"journal":{"name":"ABC Imagem Cardiovascular","volume":"350 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"ABC Imagem Cardiovascular","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36660/abcimg.2023333","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Por muitos anos, o ventrículo direito (VD) foi muito pouco estudado e, às vezes, considerado semelhante ao
ventrículo esquerdo (VE). Porém, diferentemente do VE, o VD apresenta diferença desde a sua forma mais hemielipsoide
como também na contratilidade que está mais associada ao acoplamento ventrículo-atrial relacionado à elasticidade,
demonstrando, assim, a importância da complacência do VD tanto para a função sistólica como também para a função
diastólica. Essas diferenças começam a ser mais valorizadas e estudadas nos últimos anos devido à maior necessidade
de seu entendimento após a introdução dos corações artificiais que não se acoplavam adequadamente.
Objetivo: Avaliar a correlação das alterações ecocardiográficas da função diastólica do VD com a progressão da idade
e com o sexo em indivíduos com função sistólica biventricular preservada.
Métodos: Estudo de coorte, observacional e retrospectivo. Foram selecionados 110 pacientes, 66 (60%) mulheres
(62,6±13,7 anos) e 44 (40%) homens (60,6±10,8 anos). Os dados avaliados ao ecocardiograma transtorácico (ETT)
foram (i) ao Doppler espectral do influxo tricúspide onda E, onda A, relação E/A e tempo de desaceleração da onda E; e
(ii) ao Doppler tecidual do anel tricúspide, onda e’ lateral, onda a’ e relação E/e’. As correlações foram realizadas através
dos coeficientes de Pearson e Spearman.
Resultados: Na população estudada, apenas 35,2% dos indivíduos apresentaram disfunção diastólica do VD após
a aplicação dos critérios de disfunção diastólica utilizados para o VE. Das variáveis ecocardiográficas avaliadas
do VD, a onda E apresentou correlação negativa com a idade nas mulheres (r -0,473, p < 0,001) e nos homens
(r -0,37, p = 0,015). A relação E/A apresentou uma correlação negativa com a idade apenas no sexo feminino
(r -0,32; p = 0,001), e a desaceleração da onda E apresentou uma correlação positiva com a idade apenas no sexo
feminino (r 0,31, p = 0,014). As demais variáveis não tiveram significância estatística de correlação com a idade
tanto em homens quanto em mulheres.
Conclusões: O presente estudo mostrou correlação dos parâmetros ecocardiográficos para disfunção diastólica do VD
com a idade, mais evidentes no sexo feminino.