{"title":"Síndrome de fragilidade","authors":"Charlles Heldan de Moura Castro, V. L. Szejnfeld","doi":"10.46833/reumatologiasp.2016.15.4.11-13","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A síndrome de fragilidade é um conceito relevante na Geriatria, cuja importância está associada à capacidade de predizer o benefício do tratamento e estabelecer o prognóstico. Existem várias definições sutilmente diferentes de síndrome de fragilidade utilizadas na pesquisa clínica. A definição mais relevante para o clínico é a de uma síndrome clínica que inclui três ou mais das seguintes variáveis: perda de peso não intencional, autorrelato de exaustão, fraqueza, velocidade de caminhada lenta e/ou baixa atividade física1. Tem sido demonstrado que o fenótipo da síndrome de fragilidade em idosos é um preditor independente do risco de queda, incapacidade, hospitalização e morte. Além disso, os idosos frágeis correm um maior risco de desenvolver outras síndromes geriátricas. A identificação da fragilidade em um paciente muitas vezes pode mudar a trajetória do cuidado porque implica uma expectativa de vida mais limitada e um aumento da carga de doença.\nA avaliação do estado funcional é um componente importante da avaliação geriátrica e deve fazer parte dos cuidados geriátricos de rotina. A incapacidade funcional, definida como uma limitação da capacidade para realizar tarefas básicas, como tomar banho ou vestir-se, pode ser o primeiro prenúncio de uma síndrome geriátrica. Condições específicas comumente descobertas como parte da avaliação de síndromes geriátricas, como fraqueza das extremidades, depressão e perda visual e auditiva, são preditoras de declínio funcional futuro, tanto por conta própria quanto como parte de uma síndrome geriátrica. \nA síndrome de fragilidade é definida conceitualmente como um estado clinicamente reconhecível de adultos mais velhos com maior vulnerabilidade, resultante de declínios associados à idade na reserva fisiológica e função em múltiplos sistemas de órgãos, de modo que a capacidade de lidar com estressores cotidianos ou agudos é comprometida. Grandes esforços internacionais têm sido feitos recentemente para alcançar um consenso acerca da síndrome de fragilidade. Embora nenhuma definição operacional ou simples ferramenta de avaliação tenha sido acordada, um consenso foi estabelecido para a síndrome de fragilidade: 1) é uma síndrome clínica; 2) indica maior vulnerabilidade aos estressores, levando ao comprometimento funcional e a resultados adversos para a saúde; 3) pode ser reversível ou atenuada por intervenções; e 4) é útil na atenção primária à saúde.","PeriodicalId":328776,"journal":{"name":"Revista Paulista de Reumatologia","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Paulista de Reumatologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2016.15.4.11-13","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A síndrome de fragilidade é um conceito relevante na Geriatria, cuja importância está associada à capacidade de predizer o benefício do tratamento e estabelecer o prognóstico. Existem várias definições sutilmente diferentes de síndrome de fragilidade utilizadas na pesquisa clínica. A definição mais relevante para o clínico é a de uma síndrome clínica que inclui três ou mais das seguintes variáveis: perda de peso não intencional, autorrelato de exaustão, fraqueza, velocidade de caminhada lenta e/ou baixa atividade física1. Tem sido demonstrado que o fenótipo da síndrome de fragilidade em idosos é um preditor independente do risco de queda, incapacidade, hospitalização e morte. Além disso, os idosos frágeis correm um maior risco de desenvolver outras síndromes geriátricas. A identificação da fragilidade em um paciente muitas vezes pode mudar a trajetória do cuidado porque implica uma expectativa de vida mais limitada e um aumento da carga de doença.
A avaliação do estado funcional é um componente importante da avaliação geriátrica e deve fazer parte dos cuidados geriátricos de rotina. A incapacidade funcional, definida como uma limitação da capacidade para realizar tarefas básicas, como tomar banho ou vestir-se, pode ser o primeiro prenúncio de uma síndrome geriátrica. Condições específicas comumente descobertas como parte da avaliação de síndromes geriátricas, como fraqueza das extremidades, depressão e perda visual e auditiva, são preditoras de declínio funcional futuro, tanto por conta própria quanto como parte de uma síndrome geriátrica.
A síndrome de fragilidade é definida conceitualmente como um estado clinicamente reconhecível de adultos mais velhos com maior vulnerabilidade, resultante de declínios associados à idade na reserva fisiológica e função em múltiplos sistemas de órgãos, de modo que a capacidade de lidar com estressores cotidianos ou agudos é comprometida. Grandes esforços internacionais têm sido feitos recentemente para alcançar um consenso acerca da síndrome de fragilidade. Embora nenhuma definição operacional ou simples ferramenta de avaliação tenha sido acordada, um consenso foi estabelecido para a síndrome de fragilidade: 1) é uma síndrome clínica; 2) indica maior vulnerabilidade aos estressores, levando ao comprometimento funcional e a resultados adversos para a saúde; 3) pode ser reversível ou atenuada por intervenções; e 4) é útil na atenção primária à saúde.