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Abstract
A informação, compreendidada como uma construção social, é permeada por intencionalidades e relações de poder, o que acaba por desconstruir a ideia de neutralidade ou imparcialidade que lhe é atribuída. Surge, então, a inquietação de investigar a dinâmica informacional que transpassa as relações étnico-raciais, no sentido de entender seu papel na emancipação e/ou colonização desses(as) sujeitos(as), em especial os(as) negros(as). O objetivo foi refletir se/como a informação e a desinformação – entendidas aqui como nuances do mesmo fenômeno – estariam contribuindo para que a representação dos(as) negro(as) em nossa sociedade esteja sendo estereotipada e enganosa, e se apenas isso seria suficiente para alimentar o racismo e a condição de subalternidade que é imposta a eles(as). Procurou-se apontar, também, as contribuições que o campo informacional tem dado à luta desses(as) sujeitos(as). As considerações desta pesquisa são desenvolvidas a partir de uma abordagem bibliográfica sobre os temas: informação, desinformação, colonialidade e descolonização, racismo cotidiano e informação étnico-racial. Conclui-se que, apesar da informação e da desinformação serem ferramentas fundamentais para a manutenção das desigualdades e das opressões, apenas seu uso não pode ser responsabilizado pelo racismo, porém, são utilizadas para perpetuá-lo. De maneira oposta, a produção de conteúdo que vai de encontro as informações normativas é uma forma de desconconstruir as narrativas estruturais e estruturantes da colonialidade.