{"title":"A EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL A PESTICIDAS PODE DESENCADEAR O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA?","authors":"Ivna Leite Reis, Alina Maria Núñez Pinheiro, Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur","doi":"10.22280/revintervol14ed2.497","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por prejuízos no desenvolvimento neurológico e dificuldades no relacionamento social. A etiologia do TEA é multifatorial, influenciada por aspectos genéticos, biológicos e ambientais. O objetivo deste estudo é analisar a literatura recente para verificar a associação entre a exposição pré-natal a pesticidas e o desenvolvimento do TEA a fim de orientar ações de prevenção e pesquisas. O presente artigo de revisão foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica realizada nos portais de busca PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Portal de Periódicos CAPES, com a seleção de artigos científicos publicados entre os anos de 2016 e 2020. A literatura analisada aponta evidências de modificações na expressão de genes por fatores ambientais que podem culminar no desenvolvimento do TEA; todavia os mecanismos exatos ainda não são conhecidos. Em animais, a exposição a pesticidas pode determinar alterações no neurodesenvolvimento, apesar de ainda não existir uma relação deste achado ao comportamento humano. A proximidade materna de regiões com ampla administração de praguicidas durante o período gestacional tem sido associada a prejuízo na cognição e na compreensão verbal, risco elevado para TEA e outros déficits intelectuais. Algumas substâncias podem interferir como fator protetor ou agravante da associação entre a ocorrência de TEA frente à exposição de pesticidas. Em suma, os estudos analisados demonstram a possível associação entre a exposição a pesticidas e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista, demonstrando que é cada vez mais necessário investigar sobre a etiopatogenia multifatorial do TEA.","PeriodicalId":290377,"journal":{"name":"Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-05-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22280/revintervol14ed2.497","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por prejuízos no desenvolvimento neurológico e dificuldades no relacionamento social. A etiologia do TEA é multifatorial, influenciada por aspectos genéticos, biológicos e ambientais. O objetivo deste estudo é analisar a literatura recente para verificar a associação entre a exposição pré-natal a pesticidas e o desenvolvimento do TEA a fim de orientar ações de prevenção e pesquisas. O presente artigo de revisão foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica realizada nos portais de busca PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Portal de Periódicos CAPES, com a seleção de artigos científicos publicados entre os anos de 2016 e 2020. A literatura analisada aponta evidências de modificações na expressão de genes por fatores ambientais que podem culminar no desenvolvimento do TEA; todavia os mecanismos exatos ainda não são conhecidos. Em animais, a exposição a pesticidas pode determinar alterações no neurodesenvolvimento, apesar de ainda não existir uma relação deste achado ao comportamento humano. A proximidade materna de regiões com ampla administração de praguicidas durante o período gestacional tem sido associada a prejuízo na cognição e na compreensão verbal, risco elevado para TEA e outros déficits intelectuais. Algumas substâncias podem interferir como fator protetor ou agravante da associação entre a ocorrência de TEA frente à exposição de pesticidas. Em suma, os estudos analisados demonstram a possível associação entre a exposição a pesticidas e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista, demonstrando que é cada vez mais necessário investigar sobre a etiopatogenia multifatorial do TEA.