{"title":"Comunicação organizacional e disciplina na gestão do trabalho: práticas de gestores de equipe para a manutenção dos sistemas de produção pós-fordista","authors":"Cássia Aparecida Oliveira Silva","doi":"10.31501/comunicologia.v13i2.11296","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Á uz dos contornos do trabalho na atualidade (ANTUNES, 2009; BAUMAN, 2001) enfatizamos a essencialidade da comunicação nos processos produtivos (VIRNO, 2003; FIGARO, 2005), focando na potência da comunicação como modelizante da lógica do capitalismo pós-fordista, tramada em regime de psicopoder (HAN, 2014). Fundamentados nos conceitos de comunicação organizacional (BALDISSERA, 2008), cultura (GEERTZ, 1989) e cultura organizacional (BALDISSERA, 2014a), refletimos sobre as relações entre gestores de equipes e seus subordinados (GOFFMAN, 1996; SCHEIN, 2009; BALDISSERA, 2014b). Abordamos os processos de comunicação relatados por esses gestores, especialmente os que tendem a disciplinar os subordinados para a manutenção dos sistemas produtivos, com base em dados empíricos de Silva (2016), obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas, e utilizando como metodologia a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). Apresentamos, assim, especificidades desses processos de comunicação e evidências de que, apesar de possibilitarem mais realização e satisfação aos trabalhadores, também podem ser potentes validadores de visões de mundo e interesses que privilegiam o capital e as organizações em detrimento dos trabalhadores, gerando, muitas vezes, sofrimento para esses últimos.","PeriodicalId":415385,"journal":{"name":"Comunicologia - Revista de Comunicação da Universidade Católica de Brasília","volume":"49 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Comunicologia - Revista de Comunicação da Universidade Católica de Brasília","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31501/comunicologia.v13i2.11296","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Á uz dos contornos do trabalho na atualidade (ANTUNES, 2009; BAUMAN, 2001) enfatizamos a essencialidade da comunicação nos processos produtivos (VIRNO, 2003; FIGARO, 2005), focando na potência da comunicação como modelizante da lógica do capitalismo pós-fordista, tramada em regime de psicopoder (HAN, 2014). Fundamentados nos conceitos de comunicação organizacional (BALDISSERA, 2008), cultura (GEERTZ, 1989) e cultura organizacional (BALDISSERA, 2014a), refletimos sobre as relações entre gestores de equipes e seus subordinados (GOFFMAN, 1996; SCHEIN, 2009; BALDISSERA, 2014b). Abordamos os processos de comunicação relatados por esses gestores, especialmente os que tendem a disciplinar os subordinados para a manutenção dos sistemas produtivos, com base em dados empíricos de Silva (2016), obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas, e utilizando como metodologia a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). Apresentamos, assim, especificidades desses processos de comunicação e evidências de que, apesar de possibilitarem mais realização e satisfação aos trabalhadores, também podem ser potentes validadores de visões de mundo e interesses que privilegiam o capital e as organizações em detrimento dos trabalhadores, gerando, muitas vezes, sofrimento para esses últimos.