{"title":"O DIRETIVO E O COMPROMISSIVO COMO CARACTERÍSTICAS SUI GENERIS DA POÉTICA DE OVÍDIO MARTINS: UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-LITERÁRIA","authors":"Guilherme Delgado Oliveira","doi":"10.53500/missangas.v3i5.14655","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar, através de uma análise linguístico-literária, que a linguagem usada na vertente lírica de luta da obra Caminhada (2015) de Ovídio Martins é, essencialmente, compromissiva e diretiva. Assim, por via da análise de composições poéticas do autor, concluiu-se que os mesmos se deixam, por um lado, guiar pelo comprometimento em relação a causas que nutrem os princípios de direitos universais (como a liberdade de expressão e a luta para a emancipação) e pela atenção dada às classes menos favorecidas materialmente. Por outro, verificou-se que há uma preocupação do autor em recorrer a uma linguística injuntiva espelhada numa postura de contestação e revolta, características de uma literatura engajada. Assim, o repúdio a situações mais injustas, perpetuadas pelo contexto de um regime opressivo do qual foi vítima o próprio autor, é de se destacar. Os atos verbais que enformam os versos são suportados por conteúdos proposicionais como ordem, conselho, pedido, aviso e advertência. Tais atos ancoram, por sua vez, em dispositivos linguísticos, a nível da superfície textual, como os modos imperativo e indicativo, o tempo futuro, os pronomes da segunda pessoa gramatical, as interrogativas diretas e as perguntas retóricas, enquanto forças ilocutórias ao serviço da intenção do autor.","PeriodicalId":233825,"journal":{"name":"Missangas: Estudos em Literatura e Linguística","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Missangas: Estudos em Literatura e Linguística","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.53500/missangas.v3i5.14655","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar, através de uma análise linguístico-literária, que a linguagem usada na vertente lírica de luta da obra Caminhada (2015) de Ovídio Martins é, essencialmente, compromissiva e diretiva. Assim, por via da análise de composições poéticas do autor, concluiu-se que os mesmos se deixam, por um lado, guiar pelo comprometimento em relação a causas que nutrem os princípios de direitos universais (como a liberdade de expressão e a luta para a emancipação) e pela atenção dada às classes menos favorecidas materialmente. Por outro, verificou-se que há uma preocupação do autor em recorrer a uma linguística injuntiva espelhada numa postura de contestação e revolta, características de uma literatura engajada. Assim, o repúdio a situações mais injustas, perpetuadas pelo contexto de um regime opressivo do qual foi vítima o próprio autor, é de se destacar. Os atos verbais que enformam os versos são suportados por conteúdos proposicionais como ordem, conselho, pedido, aviso e advertência. Tais atos ancoram, por sua vez, em dispositivos linguísticos, a nível da superfície textual, como os modos imperativo e indicativo, o tempo futuro, os pronomes da segunda pessoa gramatical, as interrogativas diretas e as perguntas retóricas, enquanto forças ilocutórias ao serviço da intenção do autor.