{"title":"Anotações sobre a centralidade do artista na história da arte","authors":"Angela Brandão","doi":"10.22456/2596-0911.93030","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo discute alguns aspectos historiográficos acerca da importância dos artistas, como foco para a construção da narrativa sobre arte no tempo. Nas origens da historiografia da arte, com Giorgio Vasari, as biografias de artistas constituíram o fio condutor do texto. Porém, já se considerava o artista como parte de um sistema do qual faziam parte o ateliê, os mecenas, personagens e contextos sociais que transcendiam à individualidade do artista criador. O texto vasariano foi um modelo a ser seguido e um esquema a ser superado durante os séculos XVII e XVIII, observando os escritos de Bellori ou de Luigi Lanzi. As biografias de artistas foram sendo, portanto, adaptadas aos conceitos de estilo, escola e gênero. A criação do gênero monográfico no final do século XIX, por Carl Justi, permitiu a biografia de um único artista, em lugar do conjunto de vidas. Se, contudo, no início do século XX, pareceu possível construir uma história da arte que ofuscasse o papel do artista, em nome da obra de arte entendida como um objeto em sua pura visibilidade, por autores como Wölfflin; iniciou-se, em contrapartida, uma reconstrução historiográfica na qual o artista voltava a ocupar um papel central na narrativa, porém agora como parte de uma categoria social, em obras como as de Wackernagel, Baxandall ou Warnke.Palavras-chave: Historiografia da arte. História social da arte. Artista. Biografia","PeriodicalId":429436,"journal":{"name":"Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte","volume":"64 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2596-0911.93030","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 1
Abstract
Este artigo discute alguns aspectos historiográficos acerca da importância dos artistas, como foco para a construção da narrativa sobre arte no tempo. Nas origens da historiografia da arte, com Giorgio Vasari, as biografias de artistas constituíram o fio condutor do texto. Porém, já se considerava o artista como parte de um sistema do qual faziam parte o ateliê, os mecenas, personagens e contextos sociais que transcendiam à individualidade do artista criador. O texto vasariano foi um modelo a ser seguido e um esquema a ser superado durante os séculos XVII e XVIII, observando os escritos de Bellori ou de Luigi Lanzi. As biografias de artistas foram sendo, portanto, adaptadas aos conceitos de estilo, escola e gênero. A criação do gênero monográfico no final do século XIX, por Carl Justi, permitiu a biografia de um único artista, em lugar do conjunto de vidas. Se, contudo, no início do século XX, pareceu possível construir uma história da arte que ofuscasse o papel do artista, em nome da obra de arte entendida como um objeto em sua pura visibilidade, por autores como Wölfflin; iniciou-se, em contrapartida, uma reconstrução historiográfica na qual o artista voltava a ocupar um papel central na narrativa, porém agora como parte de uma categoria social, em obras como as de Wackernagel, Baxandall ou Warnke.Palavras-chave: Historiografia da arte. História social da arte. Artista. Biografia