I. Souza, Gilmara de Lucena Beserra, Weslley Monteiro Amora, Tainan Maria Cruz Lopes Tavares, Cícero Mendes Siqueira, P. Soares, Samila Gomes Ribeiro, A. K. B. Pinheiro
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Abstract
Introdução: As minorias sexuais, comumente representadas por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/travestis, intersexuais e outras expressões ou identidades de gênero (LGBTI+) apresentam vulnerabilidades específicas, tornando-se foco de estudos para melhor compreensão de suas necessidades. Objetivo: Identificar comportamentos sexuais na população LGBTI+ e vulnerabilidades para aquisição de infecções sexualmente transmissíveis. Métodos: Pesquisa do tipo observacional com delineamento transversal realizada em espaços de sociabilização LGBTI+ em Fortaleza (CE) nos meses outubro a dezembro de 2019. A amostra foi obtida por conveniência, sendo entrevistadas pessoas autodeclaradas LGBTI+ por meio de instrumento contendo dados sociodemográficos e comportamento sexual. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob parecer 3.921.161. Resultados: Participaram 254 pessoas com idade entre 18 a 40 anos (mediana de 22 anos). Dessas, 144 (56,6%) haviam realizado testagem para infecções sexualmente transmissíveis no último ano, que indicou que nove (3,5%) apresentaram as seguintes infecções sexualmente transmissíveis: clamídia (1), herpes (1), vírus da imunodeficiência humana (1), papilomavírus humano (2) e sífilis (4). Apenas quatro relataram terem sido tratadas. Quanto ao uso do preservativo no último trimestre, 58 (36,2%) daqueles com parceria fixa relataram nunca usar, do total de 53 (49%) daqueles com parcerias casuais. No tocante à prática de sexo químico, dos que possuíam parceria fixa, 84 (52,8%) já o tinham praticado pelo menos uma vez, e 56 (51,3%) entre os que tinham parceria casual. Na penetração anal receptiva, 69 (50,7%) nunca usavam preservativo em suas parcerias fixas e 23 (25,8%) nunca o utilizava em parcerias casuais. Conclusão: Os achados apontam para uma baixa taxa de infecções sexualmente transmissíveis, prevalecendo a sífilis, com menos da metade dos diagnosticados tendo sido tratada. Aqueles com parcerias fixas relataram usar menos preservativo durante sexo anal receptivo e aqueles com parcerias casuais usaram menos preservativo no último trimestre. Salienta-se a importância da qualificação profissional para o atendimento e condução de grupos e suas especificidades.