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Abstract
A recusa de Paulo em anunciar o evangelho aos coríntios “em sabedoria de palavra” provocou tensões com algumas pessoas e divisão entre os membros da igreja. Estas pessoas valorizavam mais a herança retórica greco-romana ligada à sabedoria e eloquência e não o modelo de Cristo ou do próprio Paulo. Elas também subestimavam a Paulo, pois achavam que ele não seguia os padrões de riqueza estabelecidos e tampouco utilizava proezas retóricas e eloquência ao proclamar o Evangelho. Como Paulo considerava a sua pregação como atribuição do próprio Cristo e que sua vocação apostólica era proclamar a “palavra da cruz”, ele aceita as características de uma pessoa vista como socialmente inferior segundo os padrões vigentes e rejeita o discurso eloquente. Paulo destaca a sua fraqueza e discurso inexpressivo, considerados como sinais de baixo status na sociedade greco-romana. A inversão das expectativas sociais e culturais envolvidas na descrição do caráter, apostolado e estilo de pregação da Paulo equivale à subversão das expectativas humanas e julgamentos que Deus realiza na cruz de Cristo.