Revisão sistemática de estudos de avaliação de tecnologias educacionais para letramento e alfabetização de estudantes com Transtornos do Neurodesenvolvimento
Julia Zanetti Rocca, Luiz Alexandre Barbosa Freitas, Ricardo Fernandes Campos Jr., Giovanna Rodrigues Rebouças Martins, Henrique Gabriel Alves Vieira Anacleto Pinheiro, Lissa Carvalho de Souza
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Abstract
O objetivo do presente trabalho foi realizar revisão sistemática de estudos que descrevessem e avaliassem a aplicação de tecnologias educacionais para o letramento de alunos com Transtornos do Neurodesenvolvimento. Os Transtornos do Neurodesenvolvimento são um grupo de condições que têm início precocemente na vida dos indivíduos e que são caracteridos por déficits no desenvolvimento, levando a prejuízos funcionais em diversas áreas. Foi realizada uma busca de artigos em bases de dados de periódicos Peer Reviewed e foram encontrados 138 trabalhos. Do total encontrado, 22 foram selecionados de acordo com o escopo da pesquisa. Após a avaliação de qualidade, 17 foram utilizados para a revisão. A população mais investigada foi a de alunos com autismo (6), seguido por alunos com dislexia (4) e deficiência intelectual (4). Houve apenas um trabalho para alunos com déficit de atenção e hiperatividade, transtornos de aprendizagem não específicos e um para alunos com gagueira. Em nenhum trabalho participaram indivíduos com Transtornos do Desenvolvimento Motor. Para alunos com autismo, a maior parte dos trabalhos enfocou no desenvolvimento de habilidades de comunicação. Para alunos disléxicos, o foco foi em desenvolver consciência fonológica e leitura de palavras. As tecnologias avaliadas consistiram em softwares aplicados por computador e aplicativos acessados via tablet ou celular. Dos estudos avaliados, seis eram experimentais, três eram quasi-experimentais e os demais eram relatos de intervenção. Todos os estudos experimentais relataram melhora nos repertórios de alunos que participaram da intervenção. Os relatos de experiência também consideraram o uso de tecnologias promissoras, apesar dos desafios para sua implantação no contexto escolar. Conclui-se que o uso de softwares tem contribuído para o processo de letramento de alunos com Transtornos do Neurodesenvolvimento na medida em que (a) facilitam a adaptação e personalização dos materiais; (b) oferecem feedback individualizado e (c) permitem que o aluno progrida em seu próprio ritmo.