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Abstract
Essa pesquisa tem como objetivo central fazer uma aproximação de mão dupla entre a interseccionalidade e as Relações Internacionais (RI), a partir de dois movimentos e mobilizações sociais transnacionais: Ni Una Menos e Black Lives Matter. Partindo dos estudos feministas em RI, conceitualizamos a interseccionalidade enquanto ferramenta analítica e teoria social crítica. Trata-se de uma pesquisa metodologicamente de caráter qualitativa e exploratória, que utiliza procedimentos técnicos bibliográficos e de estudos de casos. Como resultados, temos que esses movimentos visibilizam o caráter transnacional das discriminações e violências de gênero e de raça, que atualmente se transformam e se coproduzem em um cenário marcado pelas heranças colonialistas e de desigualdades geopolíticas. Sendo abordagens interseccionais, pois, são formadas a partir de uma teoria e práxis crítica dos movimentos sociais, analisam a realidade a partir de uma lente interseccional das desigualdades, e se aproximam das relações de poder compreendendo-o como multidimensional e complexo. Além disso, indicamos como o arcabouço teórico das RI pode contribuir para superar as frequentes restrições das pesquisas interseccionais limitadas às fronteiras construídas a partir de lógicas ocidentais-coloniais do Estado-nação. Podendo auxiliar na compreensão dos aspectos transfronteiriços das dinâmicas de coprodução de poder de elementos como racismo, colonialismo, sexismo e nacionalismo.
本研究的主要目的是在交叉性和国际关系(ir)之间建立一个双向的方法,从两个运动和跨国社会动员:Ni Una Menos和Black Lives Matter。从女性主义研究入手,我们将交叉性概念化为一种分析工具和批判社会理论。这是一种定性和探索性的方法学研究,使用文献技术程序和案例研究。因此,这些运动必须使性别和种族歧视和暴力的跨国性质可见,这些歧视和暴力目前正在以殖民主义遗产和地缘政治不平等为标志的情况下改变和共同产生。因此,作为交叉方法,它们是由社会运动的理论和批判实践形成的,从不平等的交叉镜头分析现实,并接近权力关系,将其理解为多维和复杂的。此外,我们指出ir的理论框架如何有助于克服交叉研究的频繁限制,这些交叉研究局限于由民族国家的西方殖民逻辑构建的边界。有助于理解权力合作动态的跨界方面,如种族主义、殖民主义、性别歧视和民族主义。