A. C. V. Meireles, W. Firmo, Andressa Mayara Mendes Brandão
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Abstract
Introdução: A profilaxia pós-exposição no Sistema Único de Saúde está disponível para todos; cabe ao profissional acolher a pessoa exposta em local adequado, em que seja garantido o direito à privacidade e ausência de julgamentos morais, visando à ampliação do acesso, principalmente das pessoas mais vulneráveis à infecção, como as populações-chave (gays e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e pessoas transexuais, trabalhadoras/trabalhadores do sexo, pessoas que usam álcool e outras drogas e pessoas privadas de liberdade) e as populações prioritárias (indígenas, jovens, população negra e pessoas em situação de rua). Objetivo: Descrever o perfil de usuários que iniciaram a profilaxia pós-exposição ao HIV e avaliar o acesso das populações-chave recomendadas pelo Ministério da Saúde. Métodos: Estudo transversal e descritivo realizado em dois centros de testagem e aconselhamento em infecções sexualmente transmissíveis, referências para dispensação e segmento clínico da profilaxia pós-exposição, em São Luís, Maranhão, realizado com dados secundários de 2016 a 2020 coletados com instrumento composto de 53 variáveis, análise dos dados realizada por meio de software estatístico, considerando-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Dos 733 usuários, 76,10% homens, 56,89% adultos jovens, 37,24% pardos, 38,61% com ensino médio. Quanto à orientação sexual, 45,16% eram heterossexuais e 32,3% homossexuais. Das populações vulneráveis presentes, houve menor frequência das profissionais do sexo, com 0,82%, 8,46% usuários de álcool e drogas, 0,95% travestis e 0,14% presidiários, que fizeram o menor uso de profilaxia pós-exposição. Conclusão: O uso da profilaxia pós-exposição não foi homogêneo entre os grupos vulneráveis, com baixa frequência de pessoas transgêneras e profissionais do sexo. A profilaxia pós-exposição, assim como outras estratégias de prevenção, precisam ser divulgadas na sociedade para garantir que todos possam utilizá-la. Cabe aos gestores e profissionais traçar estratégias para que diminuam estigmas e preconceitos existentes e quebrem as barreiras ao acesso aos serviços de saúde.