S. B. Pinheiro, Lizandra Stephanny Fernandes Menescal, Aline Stephanie Pérez Gómez, Kátia Santana Cruz, João Vicente Silva Souza
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Abstract
Introdução: A criptococose é uma infecção fúngica de alta incidência mundial que acomete principalmente indivíduos portadores do vírus HIV. Anualmente ocorrem aproximadamente 25.000 casos e 1.800 mortes. Embora seja uma doença oportunista, pacientes não-HIV são infectados e o diagnóstico tardio é um fator negativo no prognóstico clínico. Objetivo: Esse estudo realizou a genotipagem de Cryptococcus sp. que causa infecção em paciente não-HIV do Estado do Amazonas. Metodologia: A amostra de Cryptococcus sp. foi reativada em agar Saboraud, após 24 horas houve a extração do dna e PCR RFLP do gene URA5. Relato de Caso: Paciente sexo feminino, 22 anos, doméstica, residente de casa de madeira no interior do Estado do Amazonas, com histórico de hipertensão arterial sistêmica. Apresentou por 5 meses quadro de cefaleia intensa constante associada a fotofobia evoluindo para náuseas, vômitos, diplopia, paresia dos membros inferiores, amaurose e irritabilidade. Procurou assistência médica, onde foi realizado punção lombar, sendo diagnosticada com neurocriptococose. Foi transferida ao hospital Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado para início de tratamento com anfotericina B desoxicolato e fluconazol. Devido alterações visuais, exames oftalmológicos evidenciaram papiledema e aumento da pressão endocraniana sendo necessário a realização de punções lombares de alívio a cada 2 dias. A análise do LCR apresentou cor límpida, proteínas de 109.0 mg/dL, glicose 3.0 mg/dL, exame direto com tinta Nankin evidenciou raras células leveduriformes capsuladas em brotamentos compatíveis com Cryptococcus sp. Após 48 horas de crescimento nos meios Saboraund e Brain Heart Infusion, houve crescimento de colônias de Cryptococcus sp. Análises moleculares por meio da extração de dna e de PCR-RFLP do gene URA5 revelou ser a espécie Cryptococcus gattii de genótipo VGII. Durante internação foi confirmada infecção do trato urinário por Escherichia coli (>100.000 UFC/ml). A paciente evoluiu com anemia, piora progressiva do estado neurológico e posteriormente episódios convulsivos sendo necessário admissão na unidade de terapia intensiva(UTI) e suporte ventilatório. Após cinco dias de tratamento em UTI, a paciente veio a óbito. Conclusão: O diagnóstico tardio e a virulência dessa espécie, que é endemica na região Norte, são fatores que influenciam o prognóstico de pacientes não-HIV.