{"title":"Comida, identidade e xenofobia","authors":"Fábio Chang de Almeida, Camilo Darsie","doi":"10.34019/2594-8296.2021.v27.31563","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto busca analisar o papel da alimentação como elemento definidor de identidade em discursos da nova direita radical europeia, na primeira década do século XXI. A pesquisa foi centrada no estudo dos eventos de distribuição de sopa para populações carentes, organizados na França no ano de 2006, por grupos de direita radical. Tal sopa era chamada de “sopa identitária”, entre outros nomes, e tinha como ingrediente principal a carne de porco. Tais ações, segundo os seus idealizadores, visavam auxiliar os cidadãos “exclusivamente franceses” que passavam fome naquele país. A ação de distribuição das “sopas identitárias” foi mimetizada por outros grupos de direita radical em países como Inglaterra, Bélgica e Portugal. O caso das “sopas identitárias” ilustra como os discursos da direita radical podem relacionar a comida com uma suposta “defesa das identidades nacionais” diante da “ameaça de invasão” de uma cultura estrangeira.","PeriodicalId":359107,"journal":{"name":"Locus: Revista de História","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Locus: Revista de História","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/2594-8296.2021.v27.31563","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este texto busca analisar o papel da alimentação como elemento definidor de identidade em discursos da nova direita radical europeia, na primeira década do século XXI. A pesquisa foi centrada no estudo dos eventos de distribuição de sopa para populações carentes, organizados na França no ano de 2006, por grupos de direita radical. Tal sopa era chamada de “sopa identitária”, entre outros nomes, e tinha como ingrediente principal a carne de porco. Tais ações, segundo os seus idealizadores, visavam auxiliar os cidadãos “exclusivamente franceses” que passavam fome naquele país. A ação de distribuição das “sopas identitárias” foi mimetizada por outros grupos de direita radical em países como Inglaterra, Bélgica e Portugal. O caso das “sopas identitárias” ilustra como os discursos da direita radical podem relacionar a comida com uma suposta “defesa das identidades nacionais” diante da “ameaça de invasão” de uma cultura estrangeira.