{"title":"Desafios das Trabalhadoras Mães de Crianças pequenas durante a Pandemia Covid-19","authors":"A. Rossini, João Carlos Caselli Messias","doi":"10.5020/23590777.rs.v22i1.e12327","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A partir do início de 2020, a pandemia da Covid-19 criou, em escala mundial, impactos profundos na maneira de viver das pessoas. As relações de trabalho foram drástica e repentinamente alteradas, sendo a adoção do teletrabalho uma das soluções mais comuns. Esse novo cenário implicou ajustes profissionais e familiares, além de ter acarretado desgastes psíquicos. O presente estudo objetivou compreender as vivências de 10 mulheres trabalhadoras mães de crianças entre zero e seis anos e que atuavam em modalidades alternativas de trabalho. O método utilizado foi qualitativo fenomenológico e, a partir de encontros dialógicos individuais, foram elaboradas narrativas compreensivas e posteriormente compiladas em uma narrativa síntese com resultados analisados a partir do Modelo Demandas-Recursos (JD-R). Os elementos estruturais dos fenômenos identificados foram: a) foco na vida pessoal ou profissional; b) isolamento e sobrecarga e c) engajamento x esgotamento. Foi possível constatar que as mulheres trabalhadoras, que são mães de crianças pequenas, enfrentam dificuldades para manter o equilíbrio emocional e qualidade de vida. Vivências de sobrecarga derivada da multiplicidade de papéis, bem como a percepção de restrições para ascensão na carreira, também foram detectadas. Possuir uma rede de apoio estruturada e com efetiva participação de outros atores é visto de forma positiva quando ocorre, mas, infelizmente, a viabilização desses recursos ainda só ocorre a partir da organização das próprias mulheres. Diante desses resultados, ressalta-se a importância de políticas sociais e organizacionais mais eficazes para a promoção de condições favoráveis de trabalho, assim como a valorização de modalidades flexíveis de vínculo com o trabalho e a conscientização social a respeito das desigualdades de gênero.","PeriodicalId":296766,"journal":{"name":"Revista Subjetividades","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Subjetividades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i1.e12327","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A partir do início de 2020, a pandemia da Covid-19 criou, em escala mundial, impactos profundos na maneira de viver das pessoas. As relações de trabalho foram drástica e repentinamente alteradas, sendo a adoção do teletrabalho uma das soluções mais comuns. Esse novo cenário implicou ajustes profissionais e familiares, além de ter acarretado desgastes psíquicos. O presente estudo objetivou compreender as vivências de 10 mulheres trabalhadoras mães de crianças entre zero e seis anos e que atuavam em modalidades alternativas de trabalho. O método utilizado foi qualitativo fenomenológico e, a partir de encontros dialógicos individuais, foram elaboradas narrativas compreensivas e posteriormente compiladas em uma narrativa síntese com resultados analisados a partir do Modelo Demandas-Recursos (JD-R). Os elementos estruturais dos fenômenos identificados foram: a) foco na vida pessoal ou profissional; b) isolamento e sobrecarga e c) engajamento x esgotamento. Foi possível constatar que as mulheres trabalhadoras, que são mães de crianças pequenas, enfrentam dificuldades para manter o equilíbrio emocional e qualidade de vida. Vivências de sobrecarga derivada da multiplicidade de papéis, bem como a percepção de restrições para ascensão na carreira, também foram detectadas. Possuir uma rede de apoio estruturada e com efetiva participação de outros atores é visto de forma positiva quando ocorre, mas, infelizmente, a viabilização desses recursos ainda só ocorre a partir da organização das próprias mulheres. Diante desses resultados, ressalta-se a importância de políticas sociais e organizacionais mais eficazes para a promoção de condições favoráveis de trabalho, assim como a valorização de modalidades flexíveis de vínculo com o trabalho e a conscientização social a respeito das desigualdades de gênero.