O tempo como mecanismo da colonialidade: uma análise crítica do direito de consulta prévia, da justiça de transição e da tese do marco temporal à luz da temporalidade indígena

Natália Albuquerque Dino, Maíra Pankararu, Larissa Carvalho Furtado
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Abstract

Este ensaio analisa como o uso do tempo tem sido um mecanismo de violação dos direitos dos povos indígenas, desde a colonização até os dias atuais. Destaca a diferença na concepção de tempo entre os indígenas, que o veem como cíclico e interconectado com a ancestralidade e a natureza, e a compreensão ocidental linear do tempo, influenciada pelo pensamento grego e por Santo Agostinho. O eurocentrismo e o colonialismo estabeleceram a ideia de uma temporalidade única, progressista e eurocêntrica, posteriormente relativizada por Einstein. A colonialidade persiste ao desrespeitar as temporalidades indígenas nos dias de hoje, como nos projetos de infraestrutura, na consulta prévia, no reconhecimento de direitos territoriais, na justiça de transição e na reparação por violações passadas. Por fim, o julgamento da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal também é abordado como um exemplo do uso do tempo para negar os direitos indígenas.
时间作为殖民机制:对事先协商权、过渡司法和土著时间性下的时间框架理论的批判性分析
本文分析了从殖民时代到现在,时间的使用是如何成为侵犯土著人民权利的一种机制。它强调了土著人民对时间的概念上的差异,他们认为时间是周期性的,与祖先和自然相联系,而西方对时间的线性理解受希腊思想和圣奥古斯丁的影响。欧洲中心主义和殖民主义建立了一种独特的、进步的、以欧洲为中心的时间性,后来被爱因斯坦相对化了。今天,殖民主义仍然无视土著的时间性,例如在基础设施项目、事先协商、承认领土权利、过渡司法和对过去侵犯行为的赔偿方面。最后,最高法院对时间框架理论的判决也被视为利用时间剥夺土著权利的一个例子。
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