Alane Kelly de Sousa Oliveira, K. M. F. Carvalho, Mariza Maria Barbosa Carvalho
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Abstract
O mercado consumidor exige a produção de alimentos “estéticos”. Para isso, se faz necessária uma grande utilização de agrotóxicos e um contato longitudinal do agricultor, o que o deixa vulnerável ao desenvolvimento de diversos agravos à saúde. Objetivou-se pesquisar os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença relacionados ao trabalho, traçando o perfil das vulnerabilidades dos agricultores expostos a agrotóxicos. O estudo caracterizou-se como exploratório-descritivo, quantitativo, realizado por meio de um formulário aplicado a agricultores no distrito de Tomé (CE). Dos dados mais relevantes, foi observada predominância da escolaridade básica e do analfabetismo. O tempo de trabalho na agricultura variou entre seis e cinquenta anos; o tempo de contato com agrotóxicos variou entre um e mais de vinte anos; a maioria disse ter noção sobre a classe toxicológica dos produtos, porém, 53,3% afirmaram que não leem as informações contidas nos rótulos. Houve predominância de negligência no uso dos componentes de proteção, com isso, 33,3% disseram sentir vários sintomas de intoxicação associados quando lidavam com os produtos. Concluímos que nossos dados subsidiam, confirmam e explicam os resultados dos agravos encontrados em outros estudos realizados na região e nos indicadores de saúde, a partir do perfil das vulnerabilidades encontradas entre os trabalhadores escutados. É necessária uma articulação entre os dispositivos de saúde para implementar ações de educação em saúde do trabalhador, a fim de promover modulação no ganho de saúde e diminuição dos índices de doenças crônicas da região.