{"title":"O EXAME CELPE-BRAS COMO POLÍTICA GATEKEEPING PARA A NATURALIZAÇÃO NO BRASIL","authors":"R. Anunciação, H. Camargo","doi":"10.29327/212070.7.2-2","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste trabalho, propomos uma reflexao sobre a politica linguistica que estabelece a exigencia do exame Celpe-Bras em processos de naturalizacao e sobre as consequencias que ela poderia ter no acesso ao exercicio de cidadania por migrantes no pais. Para tanto, analisamos tal exigencia com base nos pressupostos teorico-metodologicos do Celpe-Bras (RODRIGUES, 2006; COSTA & CARVALHO, 2013), para refletir sobre quais ideologias linguisticas (WOOLARD, 1998; MCCARTY, 2011) constituem essa nova politica linguistica para migracao e refugio no Brasil. Concluimos que essa exigencia se configura como uma politica linguistica verticalizada (BIZON & CAMARGO, 2018), racializada e assimilacionista (BLACKLEDGE, 2006; EREL et al., 2016) que reforca os processos de despossessao e de nao reconhecimento (BUTLER & ATHANASIOU, 2013) a que essas populacoes estao submetidas, operando como instrumento de gatekeeping (EREL et al., 2016; TRIANDAFYLLIDOU, 2014; PENNYCOOK, 1994) ou dificultando seu acesso ao exercicio de cidadania.","PeriodicalId":285093,"journal":{"name":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","volume":"72 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29327/212070.7.2-2","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 2
Abstract
Neste trabalho, propomos uma reflexao sobre a politica linguistica que estabelece a exigencia do exame Celpe-Bras em processos de naturalizacao e sobre as consequencias que ela poderia ter no acesso ao exercicio de cidadania por migrantes no pais. Para tanto, analisamos tal exigencia com base nos pressupostos teorico-metodologicos do Celpe-Bras (RODRIGUES, 2006; COSTA & CARVALHO, 2013), para refletir sobre quais ideologias linguisticas (WOOLARD, 1998; MCCARTY, 2011) constituem essa nova politica linguistica para migracao e refugio no Brasil. Concluimos que essa exigencia se configura como uma politica linguistica verticalizada (BIZON & CAMARGO, 2018), racializada e assimilacionista (BLACKLEDGE, 2006; EREL et al., 2016) que reforca os processos de despossessao e de nao reconhecimento (BUTLER & ATHANASIOU, 2013) a que essas populacoes estao submetidas, operando como instrumento de gatekeeping (EREL et al., 2016; TRIANDAFYLLIDOU, 2014; PENNYCOOK, 1994) ou dificultando seu acesso ao exercicio de cidadania.