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Abstract
Em 2003, João Paulo Borges Coelho publica o seu primeiro romance, As duas sombras do rio, tendo por base acontecimentos verídicos ocorridos nas margens do Zambeze, entre 1985 e 1989. Sendo historiador, especializado em questões de segurança e defesa, o autor tem uma posição privilegiada no acesso à informação, o que levaria a supor tratar-se de uma narrativa histórica ou documental. Contudo, a acumulação de significações em suspenso faz escapar o romance à leitura unívoca de um relato e remete a percepção da violência trazida à superfície para um campo de incerteza e de questionamento que o autor desenvolveu em Campo de Trânsito, cuja ação decorre num campo de prisioneiros. Podem-se estabelecer analogias entre as duas narrativas ligadas por perspectivas filosóficas de Emmanuel Levinas.