Alessandro Carvalho da Silva Oliveira, Camilla Ferreira Paulino da Silva
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Abstract
Analisamos o uso de recursos retóricos no discurso epistolar de Cícero que permitiam a preservação do éthos (MAINGUENEAU, 2014) do orador em seu período de exílio (58–57 AEC). A partir das correspondências, os aristocratas romanos dos fins da República mediavam suas relações sociais à distância, utilizando missivas para a substituição das interações pessoais nos momentos necessários. Considerando que a ausência (absentia) de amici poderia ser considerada problemática e que a demora ao enviar cartas poderia acarretar problemas ao éthos de um cidadão romano, Cícero se utilizou de recursos pathetici ao apropriar-se de seu exílio para mitigar os possíveis danos de sua escrita infrequente. Assim sendo, selecionamos trechos de cartas escritas por Cícero em seu exílio e analisamos como ele utilizou do páthos para a preservação de seu éthos no discurso epistolar. Concluímos que a situação do exílio permitiu uma escrita única, que pôde subverter as expectativas do comportamento de um aristocrata.