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Abstract
Para se avaliar o papel das plantas na qualidade de vida humana, é preciso entender os tipos de interação que ocorrem entre humanos e plantas , no processo perceptivo e na ação adaptativa. Uma explicação a respeito da negligência frente ao papel das plantas (a “cegueira botânica”) pode ser encontrada no processo de evolução humana: com a emergência da linguagem verbal, tornando-se meio privilegiado de relação social, nossa interação com a natureza deixa de ser presencial (ou seja, deixa de ser uma presença, no sentido de Goethe), e passa a ser mediada por representações. Pode-se então identificar um “esquecimento do Ser” das plantas, no sentido de Heidegger; porém, este filósofo, embora próximo de Goethe, atribuía um papel central à linguagem (não a tecnocientífica, mas a poética) na manifestação do Ser. Tendo em vista que no sistema capitalista nossa interação com a natureza é balizada pelos valores de troca, e não por valores de uso (ou seja, uma efetiva qualidade de vida), propõe-se a construção de um novo modelo filosófico da interação Homem-Plantas, a ser estendido para as diversas ciências humanas, em particular para a Economia Política.