{"title":"“De ausências e distâncias te construo”: aproximação discursiva e distanciamento físico na correspondência de Caio Fernando Abreu","authors":"André Luiz Alselmi","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N19A19608","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo, centrado na correspondência de Caio Fernando Abreu, analisa a relação ausência/presença no discurso das cartas. Com base nas ideias de Vincent Kaufmman, constata-se como, apesar de possibilitarem uma aproximação no campo discursivo, as cartas criam um distanciamento físico entre os correspondentes. Esse afastamento garante o espaço de isolamento do artista, graças ao qual a obra pode acontecer. Nesse sentido, sob a ótica de Kaufmann, as correspondências constituem um elo entre o homem e a obra, por promoverem uma intersecção entre a vida e a literatura. A partir das ideias de alguns teóricos do campo epistolar, também se discute como a “ilusão epistolar” -- promovida pela simulação da presença do destinatário no momento da escrita -- supre, no campo discursivo, uma ausência física.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"419 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N19A19608","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo, centrado na correspondência de Caio Fernando Abreu, analisa a relação ausência/presença no discurso das cartas. Com base nas ideias de Vincent Kaufmman, constata-se como, apesar de possibilitarem uma aproximação no campo discursivo, as cartas criam um distanciamento físico entre os correspondentes. Esse afastamento garante o espaço de isolamento do artista, graças ao qual a obra pode acontecer. Nesse sentido, sob a ótica de Kaufmann, as correspondências constituem um elo entre o homem e a obra, por promoverem uma intersecção entre a vida e a literatura. A partir das ideias de alguns teóricos do campo epistolar, também se discute como a “ilusão epistolar” -- promovida pela simulação da presença do destinatário no momento da escrita -- supre, no campo discursivo, uma ausência física.