{"title":"Intoxicação de cães por maconha: sinais clínicos e tratamento","authors":"Udson Rangel Ribeiro, Priscila Natália Pinto","doi":"10.36440/recmvz.v20i1.38356","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Intoxicações por drogas recreativas como Cannabis sativa, comumente conhecida como maconha, estão cada vez mais presentes nas clínicas de atendimento veterinário. A Cannabis contém mais de 500 compostos diferentes e mais de 80 canabinoides conhecidos; destes, o delta-9 tetrahidrocanabinol (THC) é o mais psicoativo e responsável pela maioria dos sintomas de intoxicação. Os canabinoides são substâncias exógenas extraídas da Cannabis e se ligam aos receptores CB1 e CB2 do sistema endocanabinoide. Em cães, dentre os sinais clínicos de intoxicação mais presentes destacam-se: agitação, ataxia, midríase, aumento da sensibilidade ao som, hiperestesia, sialorreia, distúrbios neurológicos, espasmos musculares e início agudo de incontinência urinária. Muitas vezes o diagnóstico de intoxicação por maconha é difícil, principalmente porque os tutores resistem em admitir a exposição a drogas ilícitas com receio das implicações legais. O médico-veterinário deve ganhar a confiança do tutor do animal para que o diagnóstico possa ser realizado precocemente e iniciado o tratamento mais adequado para a situação. O tratamento inclui monitoramento clínico, cuidados de suporte, administração de fluidos intravenosos, administração de carvão ativado, indução de vômitos, administração de antieméticos, suporte térmico (aquecimento/resfriamento) e monitoramento da pressão arterial. Os médicos-veterinários são os principais responsáveis pela educação dos tutores nessas circunstâncias, sendo de grande importância enfatizar para os tutores manterem agentes tóxicos fora do acesso dos animais.","PeriodicalId":296475,"journal":{"name":"Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP","volume":"68 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36440/recmvz.v20i1.38356","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Intoxicações por drogas recreativas como Cannabis sativa, comumente conhecida como maconha, estão cada vez mais presentes nas clínicas de atendimento veterinário. A Cannabis contém mais de 500 compostos diferentes e mais de 80 canabinoides conhecidos; destes, o delta-9 tetrahidrocanabinol (THC) é o mais psicoativo e responsável pela maioria dos sintomas de intoxicação. Os canabinoides são substâncias exógenas extraídas da Cannabis e se ligam aos receptores CB1 e CB2 do sistema endocanabinoide. Em cães, dentre os sinais clínicos de intoxicação mais presentes destacam-se: agitação, ataxia, midríase, aumento da sensibilidade ao som, hiperestesia, sialorreia, distúrbios neurológicos, espasmos musculares e início agudo de incontinência urinária. Muitas vezes o diagnóstico de intoxicação por maconha é difícil, principalmente porque os tutores resistem em admitir a exposição a drogas ilícitas com receio das implicações legais. O médico-veterinário deve ganhar a confiança do tutor do animal para que o diagnóstico possa ser realizado precocemente e iniciado o tratamento mais adequado para a situação. O tratamento inclui monitoramento clínico, cuidados de suporte, administração de fluidos intravenosos, administração de carvão ativado, indução de vômitos, administração de antieméticos, suporte térmico (aquecimento/resfriamento) e monitoramento da pressão arterial. Os médicos-veterinários são os principais responsáveis pela educação dos tutores nessas circunstâncias, sendo de grande importância enfatizar para os tutores manterem agentes tóxicos fora do acesso dos animais.