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Abstract
Apos o colapso do comunismo sovietico e regimes do Leste europeu no final do seculo XX, o mundo assistiu ao advento dos regimes hibridos ou, como os chamou Fareed Zakaria em artigo iconico, “democracias iliberais”. A interacao entre regimes hibridos e imprensa, notadamente a ligada a oposicao leal, tem sido marcada por forte tensao, engendrando discussoes acerbas sobre os eventuais constrangimentos oficiais criados a liberdade de informar corretamente. O caso venezuelano se apresenta como emblematico nao somente porque o seu regime politico e caracterizado pela literatura como hibrido, semidemocratico ou autoritario, mas tambem em razao do tratamento oficial dispensado a imprensa que lhe faz oposicao. A extrema polarizacao politica, agravada pela grave crise economica daquele pais, torna nebulosa e intrincada a analise critica da questao. O presente artigo pretende, portanto, escrutinar o caso venezuelano a partir de duas premissas: a) a visao do regime bolivariano sobre o papel da imprensa livre; e b) o estado atual da imprensa livre no pais, identificando a divisao entre imprensa governista e oposicionista, bem como o grau efetivamente assegurado a liberdade de informar. A conclusao principal e a de que subsiste algum grau de liberdade de informar no pais, embora exponencialmente limitado pelos constrangimentos colocados pelo regime bolivariano a atuacao da imprensa oposicionista. DOI: 10.21882/ruc.v6i10.690 Recebido em: 18/08/2017 Aceito em: 10/05/2018