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Abstract
Se a história é o que foi decidido coletivamente lembrar, os artistas vêm frequentemente enfatizar o que foi decidido coletivamente esquecer. Com esta fórmula, Susan Sontag resume uma atitude de vários artistas contemporâneos que, utilizando-se livremente das ferramentas do “historiador”, propõem uma a alternativa à narrativa dominante da história, escrita pelos vencedores. O artista Kader Attia evidencia tanto a ferida quanto sua reparação, enquanto que Jean-François Boclé dita, em uma performance, o Código Negro. Sem se tornarem verdadeiros historiadores, os artistas tomam conta simbolicamente da “melancolia pós-colonial” e propõem estratégias diferentes contra o esquecimento ou a negação da memória. Atualmente, essas questões estão sendo analisadas à luz das discussões sobre a restituição de objetos africanos a seus países de origem, pelos museus ocidentais.