Residência multiprofissional e formação em saúde: análise das relações interprofissionais

Michele Cristina de Carvalho, R. S. Rossit
{"title":"Residência multiprofissional e formação em saúde: análise das relações interprofissionais","authors":"Michele Cristina de Carvalho, R. S. Rossit","doi":"10.14295/JMPHC.V8I3.693","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução A prática interprofissional caminha ao encontro do trabalho compartilhado, integrativo e colaborativo; corrobora com a troca de experiências entre os envolvidos e com   o desenvolvimento de competências, tanto relacionadas à singularidade das profissões quanto com as colaborativas (PEDUZZI, 2013). Além disso, possui importante papel no processo de promoção da saúde, na prevenção de danos e na reabilitação; estabelecendo o cuidado integral e caminhando junto às diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde, principalmente no que tange a integralidade do cuidado. É neste contexto que a ideia de trabalho interprofissional vem se destacando nos cenários organizacionais. As teias formadas entre o interprofissionalismo e a prática colaborativa tendem a levar o indivíduo para o olhar ampliado e integrado, articulando ações, outrora já conhecidas, com a construção de novas práticas clínicas, fomentando o respeito e a confiança entre os envolvidos (SILVA et al, 2015). Contudo, ainda existem interrogações sobre como os profissionais percebem a dinâmica de trabalho e as relações profissional-profissional e profissional-paciente. Objetivo Analisar a percepção de profissionais de saúde sobre o trabalho em equipe interprofissional e a prática colaborativa. Métodos Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa. Desenvolvido em um Hospital Filantrópico do Litoral de São Paulo. A população compreende os profissionais envolvidos diretamente com as Residência Multiprofissional e Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia. Participam da pesquisa os residentes de primeiro, segundo e terceiro ano (este último apenas da residência médica), preceptores e tutores, das áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia e medicina. O número total da amostra é de quarenta e oito profissionais (n=48). A coleta dos dados refere-se aos períodos de Setembro a Novembro de 2017, realizada mediante a aplicação de instrumentos com dados de caracterização e a Readiness Interprofessional Learning Scale (RIPLS). A versão da RIPLS validada para o Brasil (PEDUZZI, 2015) é constituída por 27 assertivas em escala Likert de cinco pontos e estruturada em três fatores: Trabalho em equipe e colaboração com 14 assertivas; Identidade profissional com oito assertivas; e, Atenção à saúde centrada no paciente com cinco assertivas. Os dados de caracterização e RIPLS foram organizados em planilhas do Excel®, analisados estatisticamente e apresentados em média e gráficos. Após análise dos dados obtidos com a RIPLS, será realizado grupo focal para explorar em profundidade aspectos emergentes desta análise inicial, acerca da relação interprofissional, seus desafios e potencialidades. O projeto foi apresentado aos responsáveis pelos  programas de residência multiprofissional e residência médica em ortopedia e traumatologia  e ao núcleo de ensino e pesquisa do hospital. Foi elaborada uma carta de anuência pela pesquisadora, a qual foi assinada pelos responsáveis acima citados e anexada ao projeto no momento de submissão ao comitê de ética em pesquisa (CEP). O projeto foi aprovado pelo CEP sob o parecer 2.034.627. São seguidas as normalizações da Resolução 466/12 referentes às normas éticas de pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012). Resultados preliminares Até o momento 34 participantes (70,8%) consentiram em participar da pesquisa e responderam ao instrumento: 13 residentes do programa multiprofissional (38,2%), 16 residentes médicos (47,1%), 4 preceptores (11,8%) e apenas 1 tutor (2,9%) da área da fisioterapia. Destes, 13 são do sexo feminino (38,2%) e 21 do sexo masculino (61,8%). Observa-se que há o predomínio do sexo feminino no programa de residência multiprofissional, correspondendo a 76,9% dos indivíduos deste programa (todos os residentes do multiprofissional participaram da primeira etapa); em contrapartida, dos instrumentos coletados com a residência médica, todos representavam o sexo masculino.  Em relação ao ano de residência, do programa multiprofissional, sete (53,8%) são do  primeiro ano (R1) e seis (46,2%) são do segundo ano (R2). Na residência médica, cinco (31,3%) eram do primeiro ano, cinco (31,3%) do segundo ano e seis (37,4%) do terceiro ano (R3). Dos 34 participantes, 10 residentes multiprofissionais (76,9%), 14 residentes médicos (87,5%), 3 preceptores (75%) e o tutor referiram já ter trabalhado com profissionais de outras áreas da saúde, antes de estarem vinculados aos programas das residências. Quando investigado sobre a participação em cursos, colóquios e/ou palestras que abordavam o trabalho em equipe e a formação em saúde, 9 residentes multiprofissionais, 4 residentes médicos e 3 preceptores responderam afirmativamente. Os outros 18 participantes (52,9%) responderam que nunca haviam participado. Os dados obtidos da RIPLS foram analisados considerando-se as médias das pontuações em cada assertiva e a classificação por cores, pontuações e providências. As cores são representadas pelo Vermelho com pontuação de  1,0 a 2,33, sinalizando “zona de perigo”, representando percepção negativa e a necessidade de mudanças imediatas sobre o que está sendo pesquisado; Amarelo com pontuação de  2,34 a 3,67, sinalizando “zona de alerta“, dificuldades que demandam mudanças sem o caráter de urgência”; e, verde com pontuação de 3,68 a 5,0, sinalizando “zona de conforto” , percepção positiva, denotando êxito no aspecto investigado (Adaptado de PEREGO, 2015). De acordo com a análise dos dados da RIPLS, as assertivas referentes ao fator 1 (trabalho em equipe e colaboração) com média geral de 4,60 e ao fator 3 (atenção à saúde centrada  no paciente) com média geral de 4,70, classificam-se na cor verde, representando uma percepção positiva dos participantes em relação à estes aspectos. Contudo, o fator 2 (identidade profissional) com média geral de 3,10, mostrou que na percepção dos participantes ainda existem dificuldades, todavia sem necessidade de mudanças urgentes, sendo classificada pela cor amarela. Na residência multiprofissional, as assertivas A18 (“preciso adquirir muito mais conhecimentos e habilidades que estudantes de outras profissões da saúde”), A19 (“eu me sentiria desconfortável se outro estudante da área da saúde soubesse mais sobre um tópico do que eu”) e A20 (“serei capaz de usar frequentemente o meu próprio julgamento no meu papel profissional”) foram destaque de alerta para o fator. As médias foram 3,62; 3,15 e 2,69 respectivamente. Na residência médica as assertivas A17 (“a função dos demais profissionais da saúde é principalmente apoio aos médicos”), A18, A19, A20 e A21 (“chegar a um diagnóstico será a principal função do meu papel profissional”) também se destacaram em alerta. As médias foram 3,38; 2,44; 3,63; 2,63 e 3,06 respectivamente. Por fim, na preceptoria e tutoria as assertivas que ganham destaque para a cor amarela foram A20, A21 e A22 (“minha principal responsabilidade como profissional será tratar meu paciente”); tendo suas médias em 2,40; 3,20 e 3,60. Considerações preliminares. Por meio dos resultados iniciais é possível identificar entraves  na perspectiva dos participantes sobre qual seria a sua identidade e o seu papel profissional- indivíduo e profissional-grupo. Neste sentido, torna-se interessante pensar em programas de aprimoramento e desenvolvimento de competências, de modo a ampliar a compreensão sobre a formação interprofissional em saúde e a prática colaborativa, bem como evidenciar seus significados e suas importâncias para o cuidado integral e longitudinal.","PeriodicalId":358918,"journal":{"name":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","volume":"386 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-09-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/JMPHC.V8I3.693","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract

Introdução A prática interprofissional caminha ao encontro do trabalho compartilhado, integrativo e colaborativo; corrobora com a troca de experiências entre os envolvidos e com   o desenvolvimento de competências, tanto relacionadas à singularidade das profissões quanto com as colaborativas (PEDUZZI, 2013). Além disso, possui importante papel no processo de promoção da saúde, na prevenção de danos e na reabilitação; estabelecendo o cuidado integral e caminhando junto às diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde, principalmente no que tange a integralidade do cuidado. É neste contexto que a ideia de trabalho interprofissional vem se destacando nos cenários organizacionais. As teias formadas entre o interprofissionalismo e a prática colaborativa tendem a levar o indivíduo para o olhar ampliado e integrado, articulando ações, outrora já conhecidas, com a construção de novas práticas clínicas, fomentando o respeito e a confiança entre os envolvidos (SILVA et al, 2015). Contudo, ainda existem interrogações sobre como os profissionais percebem a dinâmica de trabalho e as relações profissional-profissional e profissional-paciente. Objetivo Analisar a percepção de profissionais de saúde sobre o trabalho em equipe interprofissional e a prática colaborativa. Métodos Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa. Desenvolvido em um Hospital Filantrópico do Litoral de São Paulo. A população compreende os profissionais envolvidos diretamente com as Residência Multiprofissional e Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia. Participam da pesquisa os residentes de primeiro, segundo e terceiro ano (este último apenas da residência médica), preceptores e tutores, das áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia e medicina. O número total da amostra é de quarenta e oito profissionais (n=48). A coleta dos dados refere-se aos períodos de Setembro a Novembro de 2017, realizada mediante a aplicação de instrumentos com dados de caracterização e a Readiness Interprofessional Learning Scale (RIPLS). A versão da RIPLS validada para o Brasil (PEDUZZI, 2015) é constituída por 27 assertivas em escala Likert de cinco pontos e estruturada em três fatores: Trabalho em equipe e colaboração com 14 assertivas; Identidade profissional com oito assertivas; e, Atenção à saúde centrada no paciente com cinco assertivas. Os dados de caracterização e RIPLS foram organizados em planilhas do Excel®, analisados estatisticamente e apresentados em média e gráficos. Após análise dos dados obtidos com a RIPLS, será realizado grupo focal para explorar em profundidade aspectos emergentes desta análise inicial, acerca da relação interprofissional, seus desafios e potencialidades. O projeto foi apresentado aos responsáveis pelos  programas de residência multiprofissional e residência médica em ortopedia e traumatologia  e ao núcleo de ensino e pesquisa do hospital. Foi elaborada uma carta de anuência pela pesquisadora, a qual foi assinada pelos responsáveis acima citados e anexada ao projeto no momento de submissão ao comitê de ética em pesquisa (CEP). O projeto foi aprovado pelo CEP sob o parecer 2.034.627. São seguidas as normalizações da Resolução 466/12 referentes às normas éticas de pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 2012). Resultados preliminares Até o momento 34 participantes (70,8%) consentiram em participar da pesquisa e responderam ao instrumento: 13 residentes do programa multiprofissional (38,2%), 16 residentes médicos (47,1%), 4 preceptores (11,8%) e apenas 1 tutor (2,9%) da área da fisioterapia. Destes, 13 são do sexo feminino (38,2%) e 21 do sexo masculino (61,8%). Observa-se que há o predomínio do sexo feminino no programa de residência multiprofissional, correspondendo a 76,9% dos indivíduos deste programa (todos os residentes do multiprofissional participaram da primeira etapa); em contrapartida, dos instrumentos coletados com a residência médica, todos representavam o sexo masculino.  Em relação ao ano de residência, do programa multiprofissional, sete (53,8%) são do  primeiro ano (R1) e seis (46,2%) são do segundo ano (R2). Na residência médica, cinco (31,3%) eram do primeiro ano, cinco (31,3%) do segundo ano e seis (37,4%) do terceiro ano (R3). Dos 34 participantes, 10 residentes multiprofissionais (76,9%), 14 residentes médicos (87,5%), 3 preceptores (75%) e o tutor referiram já ter trabalhado com profissionais de outras áreas da saúde, antes de estarem vinculados aos programas das residências. Quando investigado sobre a participação em cursos, colóquios e/ou palestras que abordavam o trabalho em equipe e a formação em saúde, 9 residentes multiprofissionais, 4 residentes médicos e 3 preceptores responderam afirmativamente. Os outros 18 participantes (52,9%) responderam que nunca haviam participado. Os dados obtidos da RIPLS foram analisados considerando-se as médias das pontuações em cada assertiva e a classificação por cores, pontuações e providências. As cores são representadas pelo Vermelho com pontuação de  1,0 a 2,33, sinalizando “zona de perigo”, representando percepção negativa e a necessidade de mudanças imediatas sobre o que está sendo pesquisado; Amarelo com pontuação de  2,34 a 3,67, sinalizando “zona de alerta“, dificuldades que demandam mudanças sem o caráter de urgência”; e, verde com pontuação de 3,68 a 5,0, sinalizando “zona de conforto” , percepção positiva, denotando êxito no aspecto investigado (Adaptado de PEREGO, 2015). De acordo com a análise dos dados da RIPLS, as assertivas referentes ao fator 1 (trabalho em equipe e colaboração) com média geral de 4,60 e ao fator 3 (atenção à saúde centrada  no paciente) com média geral de 4,70, classificam-se na cor verde, representando uma percepção positiva dos participantes em relação à estes aspectos. Contudo, o fator 2 (identidade profissional) com média geral de 3,10, mostrou que na percepção dos participantes ainda existem dificuldades, todavia sem necessidade de mudanças urgentes, sendo classificada pela cor amarela. Na residência multiprofissional, as assertivas A18 (“preciso adquirir muito mais conhecimentos e habilidades que estudantes de outras profissões da saúde”), A19 (“eu me sentiria desconfortável se outro estudante da área da saúde soubesse mais sobre um tópico do que eu”) e A20 (“serei capaz de usar frequentemente o meu próprio julgamento no meu papel profissional”) foram destaque de alerta para o fator. As médias foram 3,62; 3,15 e 2,69 respectivamente. Na residência médica as assertivas A17 (“a função dos demais profissionais da saúde é principalmente apoio aos médicos”), A18, A19, A20 e A21 (“chegar a um diagnóstico será a principal função do meu papel profissional”) também se destacaram em alerta. As médias foram 3,38; 2,44; 3,63; 2,63 e 3,06 respectivamente. Por fim, na preceptoria e tutoria as assertivas que ganham destaque para a cor amarela foram A20, A21 e A22 (“minha principal responsabilidade como profissional será tratar meu paciente”); tendo suas médias em 2,40; 3,20 e 3,60. Considerações preliminares. Por meio dos resultados iniciais é possível identificar entraves  na perspectiva dos participantes sobre qual seria a sua identidade e o seu papel profissional- indivíduo e profissional-grupo. Neste sentido, torna-se interessante pensar em programas de aprimoramento e desenvolvimento de competências, de modo a ampliar a compreensão sobre a formação interprofissional em saúde e a prática colaborativa, bem como evidenciar seus significados e suas importâncias para o cuidado integral e longitudinal.
多学科住院医师与健康教育:跨专业关系分析
跨专业实践是为了满足共享、整合和协作的工作;它证实了相关人员之间的经验交流和技能发展,既与职业的独特性有关,也与合作有关(PEDUZZI, 2013)。此外,它在促进健康、预防伤害和康复方面发挥重要作用;建立综合护理,遵循统一卫生系统的指导方针和原则,特别是在护理的完整性方面。正是在这种背景下,跨专业工作的想法在组织场景中脱颖而出。在跨专业和合作实践之间形成的网络倾向于引导个人走向扩展和综合的视野,通过建立新的临床实践,阐明已经知道的行动,促进相关人员之间的尊重和信任(SILVA et al, 2015)。然而,专业人员如何感知工作动态以及专业-专业和专业-病人关系仍然存在问题。目的分析卫生专业人员对跨专业团队合作和协作实践的认知。方法采用定量和定性相结合的描述性研究方法。在sao保罗海岸的一家慈善医院开发。人口包括直接参与骨科和创伤学多学科住院医师和住院医师的专业人员。参与研究的是护理、药学、物理治疗和医学领域的一、二、三年级住院医师(后者仅限住院医师)、导师和导师。样本总数为48名专业人员(n=48)。数据收集是指2017年9月至11月期间,通过应用具有特征数据和准备度跨专业学习量表(RIPLS)的工具进行的。在巴西验证的RIPLS版本(PEDUZZI, 2015)由27个李克特量表的5点陈述组成,结构为三个因素:团队合作和协作,14个陈述;8个自信的职业认同;以病人为中心的医疗保健有五个主张。表征数据和RIPLS被组织在Excel®电子表格中,进行统计分析,并以平均值和图形表示。在对RIPLS获得的数据进行分析后,将举行焦点小组,深入探讨这一初步分析中出现的方面,关于跨专业关系、其挑战和潜力。该项目已提交给骨科和创伤学多学科住院医师和住院医师项目负责人以及医院的教学和研究中心。研究人员准备了一份同意信,由上述负责人签署,并在提交给研究伦理委员会(CEP)时附在项目上。该项目获得CEP批准,意见为2.034 627。遵循第466/12号决议关于涉及人类的研究伦理标准的标准化(巴西,2012)。初步结果到目前为止,34名参与者(70.8%)同意参与调查并回答了问卷:13名多专业项目住院医师(38.2%),16名住院医师(47.1%),4名导师(11.8%)和1名物理治疗领域的导师(2.9%)。其中女性13人(38.2%),男性21人(61.8%)。观察到女性在多专业住院医师项目中占主导地位,占该项目受试者的76.9%(所有多专业住院医师都参与了第一阶段);相比之下,在住院医师收集的仪器中,均为男性。在多专业项目的实习年份中,有7个(53.8%)是第一年(R1), 6个(46.2%)是第二年(R2)。在住院医师中,第一年有5名(31.3%),第二年有5名(31.3%),第三年有6名(37.4%)。在34名参与者中,10名多学科住院医师(76.9%)、14名医学住院医师(87.5%)、3名导师(75%)和导师报告说,在参与住院医师项目之前,他们曾与其他健康领域的专业人员合作。当被调查参加关于团队合作和健康培训的课程、研讨会和/或讲座时,9名多专业住院医师、4名住院医师和3名导师的回答是肯定的。其他18名参与者(52.9%)回答说他们从未参加过。从RIPLS获得的数据分析考虑了每个断言的平均分数和颜色分类,分数和措施。
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