Gabrielle do Prado Scarabel, Rubia Andreia Falleiros de Pádua, Vanessa Lumi Koga, Regiane Bertin de Lima Scodro, Katiany Rizzieri Caleffi-Ferracioli
{"title":"HEMOCULTURAS POSITIVAS EM TEMPOS DE COVID-19","authors":"Gabrielle do Prado Scarabel, Rubia Andreia Falleiros de Pádua, Vanessa Lumi Koga, Regiane Bertin de Lima Scodro, Katiany Rizzieri Caleffi-Ferracioli","doi":"10.51161/conalab/8543","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: As infecções sanguíneas bacterianas são uma das principais causas de mortalidade e morbidade no ambiente hospitalar, principalmente em pacientes internados em UTIs. A rápida disseminação da síndrome respiratória aguda grave pelo SARS-CoV-2 durante a pandemia iniciada em 2019 levou a um aumento dramático no número de hemoculturas executadas pelos laboratórios de análises clínicas. Considerando o impacto do coronavírus na epidemiologia de várias patologias, mudanças no perfil da bacteremia e infecções sistêmicas de origem bacteriana são esperadas. Objetivo: avaliar o perfil das bactérias isoladas em hemoculturas positivas durante a epidemia por SARS-CoV-2 em pacientes internados num hospital público de Maringá. Metodologia: O trabalho foi elaborado a partir de um estudo transversal retrospectivo baseado na análise dos resultados de exames de hemoculturas realizadas pelo Laboratório de Bacteriologia Médica do LEPAC/UEM durante o período de 2020 a 2022. Através da disposição dos dados em tabelas e gráficos, foi possível visualizar que os picos de casos graves de COVID-19 foram acompanhados de aumentos significativos de exames de hemoculturas positivas em ambiente hospitalar, de modo que no ano de 2021 o número total de hemoculturas positivas analisadas aumentou 145,54% quando comparado ao ano anterior. Também foi possível relacionar a queda progressiva dos casos de positivação de hemoculturas com o início das campanhas de vacinação no município de Maringá. Além disso, foram analisadas as bactérias causadoras das infecções sanguíneas e seu perfil de resistência, observando-se uma maior presença das bactérias Gram-positivas Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis, as quais foram testadas para 12, 12 e 8 tipos distintos de antibióticos, respectivamente; e desses, 7, 3 e 3 antibióticos resultaram resistência maior que 50%. Conclusão: Os dados analisados em conjunto evidenciam que houve uma correlação entre os casos de infecções graves por coronavírus e infecções sanguíneas no período estudado, fato que pode estar intimamente relacionado com a hospitalização de casos graves de COVID-19 em UTIs, onde os pacientes estão mais suscetíveis a adquirir infecções nosocomiais oportunistas e consequentemente evoluir para infecções sanguíneas. Com os resultados obtidos neste estudo esperamos contribuir para implementação de medidas de vigilância e controle das infecções sistêmicas.","PeriodicalId":107474,"journal":{"name":"Anais do I Congresso Brasileiro On-line Multiprofissional de Análises Clínicas e Laboratoriais","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do I Congresso Brasileiro On-line Multiprofissional de Análises Clínicas e Laboratoriais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/conalab/8543","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: As infecções sanguíneas bacterianas são uma das principais causas de mortalidade e morbidade no ambiente hospitalar, principalmente em pacientes internados em UTIs. A rápida disseminação da síndrome respiratória aguda grave pelo SARS-CoV-2 durante a pandemia iniciada em 2019 levou a um aumento dramático no número de hemoculturas executadas pelos laboratórios de análises clínicas. Considerando o impacto do coronavírus na epidemiologia de várias patologias, mudanças no perfil da bacteremia e infecções sistêmicas de origem bacteriana são esperadas. Objetivo: avaliar o perfil das bactérias isoladas em hemoculturas positivas durante a epidemia por SARS-CoV-2 em pacientes internados num hospital público de Maringá. Metodologia: O trabalho foi elaborado a partir de um estudo transversal retrospectivo baseado na análise dos resultados de exames de hemoculturas realizadas pelo Laboratório de Bacteriologia Médica do LEPAC/UEM durante o período de 2020 a 2022. Através da disposição dos dados em tabelas e gráficos, foi possível visualizar que os picos de casos graves de COVID-19 foram acompanhados de aumentos significativos de exames de hemoculturas positivas em ambiente hospitalar, de modo que no ano de 2021 o número total de hemoculturas positivas analisadas aumentou 145,54% quando comparado ao ano anterior. Também foi possível relacionar a queda progressiva dos casos de positivação de hemoculturas com o início das campanhas de vacinação no município de Maringá. Além disso, foram analisadas as bactérias causadoras das infecções sanguíneas e seu perfil de resistência, observando-se uma maior presença das bactérias Gram-positivas Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis, as quais foram testadas para 12, 12 e 8 tipos distintos de antibióticos, respectivamente; e desses, 7, 3 e 3 antibióticos resultaram resistência maior que 50%. Conclusão: Os dados analisados em conjunto evidenciam que houve uma correlação entre os casos de infecções graves por coronavírus e infecções sanguíneas no período estudado, fato que pode estar intimamente relacionado com a hospitalização de casos graves de COVID-19 em UTIs, onde os pacientes estão mais suscetíveis a adquirir infecções nosocomiais oportunistas e consequentemente evoluir para infecções sanguíneas. Com os resultados obtidos neste estudo esperamos contribuir para implementação de medidas de vigilância e controle das infecções sistêmicas.