{"title":"Violência de Estado, aprisionamento e subjetivação","authors":"Gabriela Coelho Nunes, L. Vinhas","doi":"10.59306/memorare.v9e220223-15","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho analisa enunciados escritos em paredes do presídio de Ahú, que era localizado em Curitiba. A reflexão toma como base a Análise Materialista de Discurso, a partir da qual os conceitos de formação discursiva, interdiscurso e contradição se tornam fundamentais para compreender o processo de significação, calcado em formas de existência material inscritas em paredes de penitenciária. Refletimos sobre a diferença entre pichação e grafite, compreendendo essas inscrições como formas de escritas de si. A análise trabalha sobre o excesso de negações nos enunciados do corpus e seu funcionamento discursivo. Concluímos que os enunciados são heterogêneos, tanto em relação à formação discursiva de identificação dos sujeitos quanto em relação com posições discursivas antagônicas. As paredes se tornam um lugar possível de se pronunciar contra as diferentes relações de opressão às quais o sistema carcerário brasileiro submete os apenados, garantindo-lhes somente o direito ao silêncio.","PeriodicalId":321171,"journal":{"name":"Revista Memorare","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Memorare","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.59306/memorare.v9e220223-15","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente trabalho analisa enunciados escritos em paredes do presídio de Ahú, que era localizado em Curitiba. A reflexão toma como base a Análise Materialista de Discurso, a partir da qual os conceitos de formação discursiva, interdiscurso e contradição se tornam fundamentais para compreender o processo de significação, calcado em formas de existência material inscritas em paredes de penitenciária. Refletimos sobre a diferença entre pichação e grafite, compreendendo essas inscrições como formas de escritas de si. A análise trabalha sobre o excesso de negações nos enunciados do corpus e seu funcionamento discursivo. Concluímos que os enunciados são heterogêneos, tanto em relação à formação discursiva de identificação dos sujeitos quanto em relação com posições discursivas antagônicas. As paredes se tornam um lugar possível de se pronunciar contra as diferentes relações de opressão às quais o sistema carcerário brasileiro submete os apenados, garantindo-lhes somente o direito ao silêncio.